Idade média de gestor cai, mas experiência é valorizada
PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cabelos brancos deixaram de ser diferencial para que o profissional alcance a presidência da empresa.
A pesquisa Datafolha indica que a idade média dos executivos caiu em todos os níveis hierárquicos -coordenação ou supervisão, gerência, diretoria e presidência- em relação a cinco anos atrás.
A mudança reflete o momento do mercado de trabalho. A economia aquecida fomenta a demanda por profissionais com poder de decisão, e a escassez de pessoas com experiência em gestão favorece a promoção de novatos.
"Os salários no Brasil estão muito altos, e algumas empresas têm optado por contratar executivos menos seniores para que a remuneração caiba no orçamento", diz Renata Filippi, sócia-diretora da consultoria Mariaca.
Em áreas da economia que pedem muita energia dos profissionais, como tecnologia, varejo e serviços, "os mais novos prevalecem", afirma Roberta Giuliano, sócia-diretora da Passarelli Consultores.
Isadora Brant/Folhapress |
Cleber Morais, 46, foi presidente de empresa aos 37 anos |
Os presidentes atualmente têm idade média de 47 anos, os diretores, de 41, e os gerentes alcançam o posto antes dos 35 anos.
Alexandre Monteiro é um exemplo. Aos 47 anos, acaba de ser promovido de diretor financeiro a principal executivo em uma empresa do segmento de petróleo e gás.
Para ele, uma das razões para conseguir a ascensão foi ter investido em sua capacitação. "Sou de uma geração que estudou muito para crescer profissionalmente."
MAIS VELHOS
Em geral, a orientação das empresas sobre a idade dos candidatos, que ocorre segundo 68% dos profissionais de RH ouvidos, não vai na direção do rejuvenescimento.
Para o cargo de presidente, a procura, na opinião de 7% dos recrutadores, é por executivos na faixa dos 50 anos. Para diretor, preferem-se profissionais de mais de 45 anos ou na faixa dos 50.
Jairo Okret, consultor da Korn/Ferry no Brasil, relativiza a importância da idade nas seleções: "Experiência em funções anteriores e foco no resultado ainda são mais importantes para alcançar cargos mais expressivos".
ASCENSÃO E PLANEJAMENTO
Assumir ainda jovem um alto posto na hierarquia corporativa exige planejamento.
"Escolher uma boa instituição de ensino, estudar idiomas e saber o que quer encurtam o caminho e permitem um desenvolvimento profissional mais rápido", determina Renata Fillipi, sócia-diretora da Mariaca.
A consultora diz que executivos hoje na casa dos 30 anos investem em capacitação teórica, o que os torna atraentes para o mercado.
"Como planejaram a carreira desde cedo, chegaram mais rapidamente ao topo."
A falta de preparo pode custar caro na hora de se candidatar a um cargo. Na pesquisa Datafolha, a deficiência em relação a cursos foi mencionada por 21% dos entrevistados como ponto fraco dos executivos brasileiros.
VERSATILIDADE
Cleber Morais conquistou seu primeiro cargo como presidente de uma empresa de tecnologia aos 37 anos.
Hoje, aos 46, gerencia a terceira companhia de sua carreira. Graças à sua facilidade de adaptação, passou por vários setores nas empresas em que atuou e teve até experiência internacional. "Um executivo tem que entregar resultados e gostar de desafios", ensina.
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