Salários em lojas de luxo podem chegar a R$ 60 mil
ULLISSES CAMPBELL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Daniella Antunes, 18, acorda seis dias por semana às 6h30, improvisa escova no cabelo, maquia o rosto com produtos caros, toma café e sai de casa, em Barueri (a 30 km da capital paulista), rumo ao shopping Iguatemi Alphaville. A garota simples da periferia fica do lado de fora. Às 10h, já de "uniforme", assume o papel de aprendiz de executiva de vendas da multimarcas Belier, onde um par de sapatos custa R$ 870.
No ônibus, a caminho do trabalho, folheia revistas de moda. "Preciso estar super antenada se quiser evoluir", considera. O máximo do glamour? Ser diretora de estilo de uma marca internacional. Para chegar lá, estuda administração na Unip (Universidade Paulista).
Zé Carlos Barretta/Folhapress |
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Elis Mello é dona de unidade da loja Belier |
Segundo dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), 42 shoppings serão inaugurados em todo o país até dezembro, sendo 17 deles no Estado de São Paulo (dois na capital). O mais suntuoso é o JK Iguatemi, cuja abertura está suspensa.
Somente para São Paulo, a Dulce Salles Recrutamento e Seleção, uma das principais nesse segmento, está com 50 vagas abertas em lojas de luxo -de rua e de shoppings. Os salários vão de R$ 6.000 (vendedor, sem incluir a comissão) a R$ 60 mil (diretor de estilo). Mas esses postos não são para qualquer um.
ESCASSEZ
Dulce Salles, proprietária da empresa de recrutamento, afirma que o segmento é o mais exigente do comércio. "O mercado 'premium' vende desejo. Poucos candidatos compreendem o que isso significa", avalia.
A maioria dos recrutadores não confessa, mas boa aparência é condição "sine qua non".
Viviane Gonzalez, diretora regional da Business Partners Consulting, especializada em consultoria de RH e desenvolvimento organizacional, explica que muitas marcas estrangeiras que estão no Brasil estabelecem um perfil bem específico para o candidato.
Por exemplo, ele deve ser jovem, falar três idiomas, estar bem informado e ter "atitude de rico" -seja lá o que isso signifique.
De acordo com a vice-presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Elaine Saad, uma das principais dificuldades para quem quer enveredar pelo setor é encontrar espaço. As marcas procuram, sim, os bons profissionais na loja ao lado e tentam seduzi-los com ganhos salariais e viagens.
A escassez de bons vendedores levou a lojista Elis Mello, 39, da Belier, onde Daniella trabalha, a apostar no treinamento de uma equipe sem experiência. "Eu ensino tudo: postura, como conversar com o cliente, ser sutil e discreto. Quem tem talento fica", detalha ela.
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