MBA tem a missão de formar generalistas
FELIPE MAIA
DE SÃO PAULO
Os estudantes brasileiros correm o risco de comprar gato por lebre na hora de escolher um MBA. Isso porque não há uma regulamentação sobre o que, exatamente, esse tipo de curso tem de oferecer --muitas escolas importam o nome, mas apresentam conteúdo distante do que é adotado internacionalmente.
No Brasil, esses programas são considerados de pós-graduação "lato sensu", enquanto nos Estados Unidos eles equivalem ao mestrado e, na maior parte dos casos, exigem dedicação integral.
Muitos dos programas oferecidos com o selo de MBA são cursos de especialização, que podem ser positivos para aprender sobre áreas específicas, mas não dão ao executivo uma visão geral dos negócios, que é o objetivo dos programas de MBA (veja quadro nesta página).
"No MBA você precisa ter uma visão abrangente e crítica do empreendimento como um todo", diz Armando Dal Colletto, diretor-executivo da Anamba (Associação Nacional de MBA).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
QUALIDADE
Instituições como Insper, Ibmec-Rio, Fundação Dom Cabral, FIA (Fundação Instituto de Administração) e Fundação Getulio Vargas têm programas credenciados pela Amba (Associação de MBAs), uma das principais organizações que atestam a qualidade dessas escolas.
Têm o selo da Anamba, que analisa cursos oferecidos no Brasil, programas de escolas como BSP, Fecap, FIA, Insper, Katz Graduate School of Business e Escola de Administração da UFRGS.
Na hora de escolher em que curso irá se matricular, verifique se ele inclui disciplinas como ética, finanças, operações, recursos humanos, economia, marketing, liderança e estratégia.
A Anamba recomenda que ao menos 360 horas sejam dedicadas a matérias mais generalistas. No total, o MBA deve ter no mínimo 480 horas de aula, mas o ideal é que esse número fique acima de 500, diz a associação.
"Não importa se é MBA em gastronomia ou corte e costura, o curso precisa preparar o indivíduo, que pode não saber muito de administração, a gerir um negócio", afirma Silvio Laban, coordenador de MBAs do Insper.
Segundo especialistas, com o aumento no número de pessoas com esse título, as empresas dão preferência a candidatos que tenham feito o "MBA puro sangue".
"Não basta mais só ter o diploma. É preciso ter um bom carimbo [o nome da instituição]", diz Fabio Gallo, autor de livros sobre o tema.
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