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03/10/2012 - 14h40

Para executivos, internet móvel é necessidade e não amenidade

HARRIET EDLESON
DO "NEW YORK TIMES"

Tony Drockton, que é dono de uma fábrica de bolsas de luxo no sul da Califórnia, costumava viajar de noite de seu Estado para Nova York, para evitar ficar fora de contato durante o expediente.

Mas agora o tempo em voo pode ser dedicado ao trabalho, porque as companhias de aviação vêm cada vez mais oferecendo conexões wi-fi em seus aparelhos.

Uli Seit/The New York Times
O empresário Tony Drockton, que tem negócio na Califórnia e faz viagens frequentes para Nova York
O empresário Tony Drockton, que tem negócio na Califórnia e faz viagens frequentes para Nova York

"Preciso me manter conectado para que as pessoas não saibam onde estou", diz Drockton, que agora viaja com um laptop, celular inteligente e grandes fones de ouvido. "Isso me permite voar durante o horário de trabalho e não perder dias úteis."

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Quanto aos viajantes que apreciavam a oportunidade de passar algumas horas fora de contato com o escritório, bem, isso pode ter se tornado coisa do passado. Antes do wi-fi, "você tinha uma desculpa para estar fora de contato, se não quisesse", diz Henry Harteveldt, cofundador do Atmosphere Research Group, um grupo de pesquisa sobre viagens aéreas e turismo, em San Francisco. "O último baluarte de desconexão parece ter caído."

E à medida que as companhias aéreas correm parar criar conexões em voos internacionais por meio de serviços wi-fi via satélite, a capacidade de continuar on-line em meio a viagens vai só se expandir, dizem os especialistas.

"Os passageiros têm a expectativa de conexão onipresente em suas vidas, especialmente os viajantes mais jovens", disse Harteveldt. "Eles têm conexão enquanto caminham pelas ruas, quando tomam um café... não dispor de conexão em um avião os frustra. O viajante quer controlar quando acessa a rede e quando não."

Outros observadores ecoam essa avaliação. "As pessoas querem conexão o tempo todo", diz Jonathan Kletzel, analista de transporte e logística na PWC. "É questão de determinar se as companhias de aviação estão conseguindo ou não se adiantar a essas necessidades."

Por enquanto, o uso de tecnologia em voo continua inferior ao registrado em outros meios de transporte, de acordo com Joseph Schwieterman, diretor do Instituto Chaddick de Desenvolvimento Urbano da Universidade DePaul.

Mesmo assim, o acesso sem fio à Internet se expandiu de 153 mil passageiros em 2009 a 153 milhões em 2011, de acordo com a Gogo Wireless, que fornece serviços wi-fi para companhias de aviação.

De acordo com relatório do Instituto Chaddick deste ano, mais viajantes levam seus aparelhos, como tablets e leitores eletrônicos, em viagens de avião. Um em cada 12 passageiros aéreos agora usa um tablet, e o número continua a crescer. Os tablets respondem por 30% do uso de tecnologia em voos comerciais, e essa proporção também deve crescer. O uso de tablets e tecnologia tende, em geral, a ser "significativamente mais alto em voos para fins empresariais".

Isso nos deixa com mais de 70% de passageiros que ainda não usam aparelhos, e podem estar recorrendo às opções de entretenimento em voo das companhias de aviação, de acordo com Schwieterman.

O wi-fi surgiu para uso comercial em voos de passageiros há cerca de quatro ou cinco anos. Agora, nove companhias de aviação empregam serviços de wi-fi com acesso ao solo na maioria de seus voos nacionais nos Estados Unidos. O custo depende da duração do voo, e pode variar de US$ 1,95 a US$ 19 ou mais, de acordo com a Gogo.

Os viajantes estão usando suas conexões para mais que enviar e-mails. O que eles desejam, especialmente os viajantes de negócios, é ter muitos métodos que permitam que se mantenham produtivos e que tenham acesso a entretenimento a caminho de seus destinos, de acordo com especialistas das companhias aéreas. Eles podem usar seus laptops ou tablets, além do sistema de entretenimento em voo.

Drockton, por exemplo, diz que usa e-mail, telefonia aérea e o sistema de entretenimento de bordo, em suas viagens aéreas. Ele diz que usa a tomada sob seu assento para manter o laptop carregado. "Plugo a tomada antes de o avião fechar a porta", diz. "E começo a trabalhar antes da decolagem."

Até alguns anos atrás, as companhias de avião eram um "deserto tecnológico", diz Schwieterman. Agora, a maioria das grandes empresas, mesmo as que demoraram a adotar o wi-fi, têm parcerias com um dos quatro grandes prestadores de serviços wi-fi em aviões. As empresas querem que os passageiros saibam "que há wi-fi no avião", diz. "Precisam disso para seu posicionamento de marca."

Mesmo assim, a conectividade com a internet em voo muitas vezes é deficiente, ainda que Harteveldt e outros viajantes frequentes dizem que esperam melhoras na próxima geração de sistemas. "Se o sistema wi-fi está sendo muito usado, ele trava", diz Harteveldt. "Se você se desconectar, talvez não consiga nova conexão, ou pode ser excluído da rede sem aviso."

Tipicamente, a banda de wi-fi disponível em um avião de porte médio como um Boeing 737 ou Airbus A-320 basta para 25 usuários simultaneamente. Se um deles começa a baixar um grande arquivo, "o sistema todo começa a rastejar", diz Harteveldt.

Kevin Nichols, 39, diretor de estratégia de conteúdo da SapientNitro, conta que passou por essa experiência. "É um sistema inconsistente, e você nunca sabe se funcionará ou não."

Nichols diz que o wi-fi e o entretenimento de bordo oferecidos pelas companhias de aviação estão entre os fatores que os passageiros hoje levam em consideração. "Há muitos fatores para a escolha de uma companhia aérea", diz. "Trata-se de dar às pessoas acesso àquilo que querem. Queremos conexão permanente."

Quanto ao futuro da tecnologia usada para internet em voo, Harteveldt diz que isso depende do desenvolvimento da tecnologia, das preferências dos passageiros e da disponibilidade de dinheiro das companhias de aviação. As empresas tendem a remodelar suas cabines a cada cinco anos. Harteveldt prevê que dentro de 10 anos os voos serão "entretenimento de cardápio aberto", sob o qual o passageiro poderá consigo levar e acessar aquilo que quiser.

Até lá, os viajantes que desejem se manter produtivos e entretidos a caminho de suas reuniões de negócios continuarão a depender do wi-fi.

Ou, como diz Drockton, "o que importa é conveniência e conectividade. Preciso disso para trabalhar".

Tradução de Paulo Migliacci

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