Como não dar vexame nas festas de fim de ano da firma
ANDRÉ ZARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o final do ano próximo, está aberta a temporada de festas de confraternização das empresas. Com a desculpa de comemorar as conquistas do ano, profissionais de todo o Brasil e seus empregadores se reúnem para celebrações descontraídas. Será?
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"Apesar de ser uma comemoração, as pessoas não devem se esquecer de que ainda estão em um ambiente corporativo. Os colegas observam e existe risco de consequências", diz Gabriela Coló, sócia da consultoria de RH Havik.
Segundo ela, o comportamento do profissional deve ser contido e seguir os padrões da empresa. "Uma boa dica é observar como o seu gestor se comporta. Isso é um bom indicativo de como você deve agir", explica.
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Profissionais devem aproveitar a festa de final de ano da empresa com moderação |
Apesar disso, existem as exceções, geralmente causadas pela bebida alcoólica. "O diretor de umas das empresas em que trabalhei certa vez se excedeu na bebida e acabou causando um grande constrangimento na festa. Por causa dele, a companhia parou de realizar a tradicional comemoração."
A diretora da Pro-Fit Coaching & Treinamento, Eliana Dutra, também se lembra de um caso de uma diretora que bebeu demais e tirou um colega casado para dançar, fazendo movimentos que chocaram os presentes. "Mas alguém logo chamou a sua atenção e ela acabou indo embora da festa", conta.
Depois de episódios assim costumam sobrar puxões de orelha da área de recursos humanos e da chefia.
ATÉ O CHÃO
No escritório de advocacia Chalfin, Goldberg, Vainboim & Fichtner Advogados Associados, a festa deste ano vai reunir 280 colaboradores e convidados no Rio de Janeiro.
Janahyna Moreira, analista de RH que ajuda a organizar a comemoração há quatro anos, relembra alguns momentos memoráveis da celebração. "Uma vez, um funcionário recém-contratado (estava no escritório havia uma semana) bebeu demais e acabou dançando 'até o chão'. No dia seguinte, ele nem conseguiu ir trabalhar", conta.
O "dançarino", como foi apelidado pelos colegas de trabalho, resolveu se demitir uma semana depois, oficialmente por outros motivos. Depois disso, Janayna começou a fazer algumas recomendações para os funcionários. "Eu costumo orientar sobre esses tipos de gafes por meio de e-mails, inclusive no convite da festa."
A analista aconselha também por e-mail sobre a questão do vestuário. "Muitas pessoas, principalmente mulheres, aparecem na festa com roupas provocantes. Elas precisam entender que não estão em uma boate e a intenção não deve ser seduzir ninguém", explica.
E, mesmo se você estiver apaixonado por um colega de trabalho, o pior lugar possível para se declarar é na comemoração da empresa. "Mesmo que o sentimento seja mútuo, a iniciativa poderá ser um constrangimento para os dois", afirma Gabriela.
MEU AMIGO SECRETO
O tradicional hábito de trocar presentes entre profissionais também pode ser uma fonte de constrangimento na hora em que as pessoas abrem o embrulho. "Já ouvi um caso de um chefe que presenteou uma funcionária com roupas íntimas. Mesmo que ela tivesse pedido, ele deveria ter optado por algo mais tradicional", diz a sócia da Ravik.
Janayna recomenda o sempre esquecido bom senso. "Descubra o que a pessoa gosta e faça sua escolha com base nisso. Também tenha certeza de que ela possa trocar o presente."
Apesar do clima de final de ano incluir a espiritualidade, lembre-se de que cada pessoa tem a sua. Presentes ou cartões com conteúdo religioso estão fora de cogitação no ambiente corporativo. "Prefira um simples 'boas festas' sem entrar em temas espirituais", afirma Eliana.
PRESENÇA OBRIGATÓRIA
Para a consultora Eliana, todo membro da empresa deve comparecer à comemoração, mesmo sem muita vontade. E também não vale ficar pouco.
"Muitos profissionais que ocupam cargos de chefia aparecem, ficam 30 minutos e vão embora. Os funcionários observam isso e se sentem desprestigiados", explica.
A dica é aproveitar com moderação e se confortar com o fato de que as festas corporativas só acontecem uma vez por ano.
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