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26/08/2013 - 17h58

Faculdade aposta em disciplina sobre pôquer para desenvolver habilidades de negócios

BÁRBARA LIBÓRIO
DE SÃO PAULO

A Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em Limeira, começou a oferecer neste semestre uma disciplina eletiva que tem como objeto de estudo o pôquer. O objetivo é desenvolver as habilidades e competências necessárias no jogo -- como a tomada de decisão em cenários nebulosos.

Instituições estrangeiras como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e a Universidade de Harvard já apostam no ensino há algum tempo.

A disciplina pode ser cursada por qualquer aluno da faculdade, mas já está lotada neste semestre. São 130 estudantes matriculados, mas mais de 200 se interessaram pela matéria.

Edson Silva/Folhapress
A eletiva sobre pôquer na Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp já está com a turma lotada
A eletiva sobre pôquer na Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp já está com a turma lotada

A maioria é de alunos do curso de Ciências do Esporte, mas os cursos de Engenharia e Administração também se destacam. Segundo o professor da disciplina, Cristiano Torezzan, o pôquer exige habilidades semelhantes às dos negócios.

"O pôquer é um laboratório de tomada de decisões. O jogador precisa fazer escolhas em um cenário de informações incompletas, avaliando riscos, chances de sucesso e o padrão de comportamento de outros jogadores", explica.

Além disso, segundo ele, a estratégia de curto, médio e longo prazo, a paciência, e a capacidade de avaliar o momento certo para investimentos também são testados.

"Os torneios de pôquer também têm um conceito de inflação. A cada 15 minutos, o valor da aposta mínima sobe e o capital guardado --no caso, as fichas-- perde valor. É preciso saber apostar nessas situações", diz Torezzan.

A matéria tem três módulos: um básico sobre as regras e dinâmica do jogo, outro sobre teoria dos jogos e teoria da decisão, e outro sobre o jogo visto por um profissional. No último, participam o jogador profissional e campeão mundial de pôquer, André Akkari, e o presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold'em --modalidade mais praticada no mundo--, Igor Trafane.

"A receptividade dos alunos tem sido ótima. Acho que isso deve-se a três fatores: o crescimento do pôquer como habilidade esportiva, a novidade de poder estudá-lo em sala de aula, e a presença de grandes ícones", afirma Torezzan.

As aulas não incluem jogos de baralho e nem apostas em dinheiro. Os alunos praticam em um servidor on-line e participam de torneios exclusivos para os matriculados na matéria, com dinheiro fictício. O desempenho nos campeonatos é o principal critério de avaliação para a aprovação na disciplina.

 

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