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03/11/2013 - 02h45

Executivo vive 'lado inusitado' como palhaço

DHIEGO MAIA
DE SÃO PAULO

RESUMO: Luiz Falcone, 33, é executivo em São Paulo. Ele faz parte de uma ONG de palhaços. Nas horas vagas -- como Chaplinito -- alegra um grupo de idosos em um asilo. Falcone diz que a experiência acumulada em ações sociais o ajudou a criar projetos de gestão.

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Sou um executivo da área jurídica, coordeno esse setor na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), em São Paulo. Tenho uma rotina pesada de trabalho que inclui a análise de contratos do mercado de energia no país. Esse é um lado da minha vida.

O outro é bem mais inusitado. Costumo dizer que deixo de ser o Luiz para dar vez ao Chaplinito, um palhaço travesso que visita asilos. Inspirei-me no Charlie Chaplin para criar meu personagem.

Eu trabalho em um ramo de abrangência, quero fazer um setor elétrico melhor, mas é importante cuidar das pessoas, fazer parte da vida real delas.

Acredito que o trabalho social bem feito exige quase todos mesmos requisitos do trabalho profissional do executivo. Tento apenas fazer os dois bem feito. Eles se complementam.

Bruno Poletti/Folhapress
Luiz Falcone faz apresentações em asilos
Luiz Falcone faz apresentações em asilos

A liderança é uma ação social por excelência. Todas as ações sociais que participo exigem que se ouça muito e também comprometimento (sem retorno financeiro por aquela ação), respeito, dedicação (do meu tempo e da minha inteligência, para fazer mais com menos). E amor pelo que se faz e pela mudança positiva que podemos ajudar a construir.

Tomei gosto por ajudar as pessoas quando fui escoteiro. De lá para cá, não parei mais. Dei aula em cursinho comunitário e assistência jurídica em um centro espírita na Brasilândia, na zona norte de São Paulo.

Apesar de ter perdido a minha mãe quando eu tinha 18 anos numa tentativa de assalto em Osasco, na Grande São Paulo, o acontecimento mais triste da minha vida, encontrei muita gente em situação ainda pior.

Também não tenho os quatro dedos da mão esquerda. Nasci assim, mas isso não me atrapalha.

Nas diversas oportunidades que tive em participar de trabalhos voluntários conheci melhor as pessoas, seus incentivos e valores. Entendi outras formas de organização, estudei temas que tecnicamente são relacionados à minha carreira profissional.

Sei que vivo em dois mundos, o do negócio e o da vida real. Sou mais completo desse jeito.

O Chaplinito apareceu há um ano. Faço parte da ONG de palhaços Presente da Alegria, que atua em hospitais, asilos e creches de São Paulo. Eu e mais 11 visitamos o asilo Bezerra de Menezes, na zona leste de São Paulo. A minha função não é fazer rir, mas levar amor. Os idosos são carentes de atenção e carinho.

Eu brinco, canto e danço com eles. Não tem tristeza. Quando a visita termina, eu saio com aquela sensação de que fui 15 vezes mais recompensado do que o contrário.

A ONG surgiu em uma conversa de bar em 2005. Um amigo lançou a ideia e eu disse que poderia ajudar. Nesse tempo todo, fiz o estatuto da instituição e sempre estive presente, mas como advogado. No ano passado, recebi um convite para fazer o curso básico de palhaço. Aceitei na hora.

Em 2014, vou aperfeiçoar minhas técnicas. O Chaplinito quer visitar crianças.

 

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