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17/11/2013 - 01h45

Testadores ganham espaço no mercado

REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Empresas de tecnologia estão contratando "testadores do futuro". O objetivo desses profissionais é verificar se as ferramentas criadas pela companhia estão no caminho certo e quais as correções que precisam ser feitas.

A Cisco, multinacional de redes e comunicações, abriu neste ano um centro de inovação no Rio de Janeiro que simula ambientes como hospital, escola e plataforma de petróleo. Por softwares e materiais trazidos de cada espaço, são desenvolvidas novas formas de produzir, monitorar e usar esses espaços.

O diretor da Cisco Marcelo Ehalt, 42, explica que, no caso dos hospitais, é estudado como melhorar o atendimento em uma maca que possibilita controle remoto.

Leonardo Soares/Folhapress
Marcelo Ehalt é diretor de engenharia da Cisco; a equipe dele estuda inovações em ambientes virtuais
Marcelo Ehalt é diretor de engenharia da Cisco; a equipe dele estuda inovações em ambientes virtuais

"Procuramos formas de inserir novidades em todos os processos de uma empresa parceira, de olho nas transições de tecnologia, econômicas e sociais."

Ehalt, que testa as funcionalidades, diz que continua estudando até hoje, até mesmo em fóruns de discussão.

Nos EUA, a Cisco chama de "futurista" o chefe de tecnologia, Dave Evans. Ele brinca e testa os apetrechos eletrônicos para criar novos dispositivos. Evans conta que previu e ajudou a desenvolver itens como impressoras 3D e carros que se movimentam sozinhos. A aposta hoje é no surgimento de redes de dados baseadas em física quântica, que possibilitariam fazer computadores minúsculos e rápidos.

DATA FLEX

Profissionais de "big data" (análise de grandes volumes de dados) também são considerados futuristas.

Isso porque a análise de dados traça cenários futuros e guia decisões. Isso acontece com a descoberta de padrões ocultos.

Daniel Marenco/Folhapress
Bianca Zadrozny é cientista de dados na IBM Brasil e estuda dados de indústrias de recursos naturais
Bianca Zadrozny é cientista de dados na IBM Brasil e estuda dados de indústrias de recursos naturais

Após ser validado, o modelo consegue generalizar o conhecimento aprendido e aplicá-lo a novas situações.

A IBM no Brasil criou uma equipe especializada em big data. A gerente de análise de recursos naturais Bianca Zadrozny, 36, por exemplo, fez trabalhos para aumentar a eficiência de uma fornecedora de energia. Foi analisado um longo histórico dos dados meteorológicos, de consumo de energia e dos hábitos dos consumidores. Ela cruzou informações e descobriu qual é a demanda aproximada em cada dia do ano.

"É um trabalho em que entram as técnicas estatísticas e de tecnologia e também a criatividade e a abertura para trabalhar com várias áreas do conhecimento", ela diz.

O especialista máximo na função é chamado de cientista de dados. Muitas empresas também preferem aplicar o "big data" utilizando uma equipe multidisciplinar, formada por estatísticos e especialistas em TI para criar ferramentas de computação e os da área de design, responsáveis por traduzir visualmente as análises de dados.

Zadrozny é formada em engenharia de computação na PUC-RJ e tem mestrado e doutorado na Universidade da Califórnia em técnicas para um computador aprender padrões a partir de dados lidos.

QUAL É A BUSCA

Algoritmos nos códigos de programação dos sites de busca são usados para encontrar as mais variadas informações, que eles ordenam e colocam em hierarquia.

Um produto bem colocado nos sites de busca pode representar lucros significativos. Mas o código dos algoritmos é secreto e demanda análises para ser decifrado.

O motor de buscas mais popular do mundo, o Google, lançou um novo algoritmo em setembro, sem informar detalhes.

Os analistas que tentam desvendá-lo são chamados de especialistas em SEO (sigla para otimização de motor de pesquisa em inglês).

Eles testam o desempenho de sites nos motores de busca, fazendo mudanças de títulos, palavras, textos, links e imagens para descobrir o que aparece mais no Google.

Assim, sabem qual resultado de busca os internautas vão ter no futuro próximo ao procurar algum elemento em que estejam interessados.

Fábio Ricotta, 28, começou há 10 anos a trabalhar com isso e criou sua própria empresa, a Agência Mestre. "Os algoritmos de busca são uma caixa preta. Com trabalho e 'feeling', acaba-se descobrindo como funcionam e antecipando tendências."

Ricotta formou-se em ciência da computação. Ele diz que é melhor que os profissionais de SEO tenham conhecimentos de programação -algo que engenheiros e analistas de sistemas sabem fazer. Mas ele conhece advogados e dentistas que se apaixonaram pela área e fizeram cursos livres.

Zé Carlos Barretta/Folhapress
Fábio Ricotta abriu a Agência Mestre, de marketing digital, que faz estudos sobre algoritmos de buscadores
Fábio Ricotta abriu a Agência Mestre, de marketing digital, que faz estudos sobre algoritmos de buscadores
 

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