Saiba como estabelecer metas para crescer na carreira em 2014
REINALDO CHAVES
DE SÃO PAULO
BÁRBARA LIBÓRIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Todo começo de ano, Douglas Verza Alves, 39, anota o que precisa aprender e o que acha necessário fazer para crescer profissionalmente no período. Sistematizar o próprio plano de carreira ajudou Alves a passar de conferente de pedágio a supervisor do centro de controle operacional no grupo EcoRodovias, em 16 anos, sendo hoje responsável por 177 quilômetros de rodovias paulistas.
Durante a carreira, ele passou por diferentes setores. "Cada uma das áreas tem um perfil, então procurava me enquadrar, estudar, conversar com o gestor e me candidatar", conta.
A atitude de Alves é um exemplo da nova visão de plano de carreira: o profissional consegue ascensão quando ele mesmo escolhe seus passos e as empresas se limitam a criar programas de meritocracia e aprendizagem.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Douglas Alves coloca no papel o que precisa aprender (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, EMPREGOS) |
Luiz Edmundo Rosa, diretor de educação da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), diz que hoje é muito difícil que empresas ofereçam um plano profissional clássico, com prazos para promoções com base no tempo de casa.
"As empresas têm de fornecer bolsas de estudos e projetos. E cabe ao profissional se interessar por isso e tomar iniciativa. O início de cada ano é a melhor época para se planejar e fazer isso."
PLANEJAMENTO
Segundo Marcelo Braga, sócio da consultoria Search, o momento é propício para estabelecer metas. "Elas devem ser claras, mensuráveis, atingíveis e ter um prazo determinado", explica. Dessa maneira, fica mais fácil não esquecê-las ou não desistir no meio do caminho.
Quem deseja uma promoção ou um aumento salarial precisa avaliar seus pontos fortes e fracos para saber se está preparado para pleiteá-los. "Mais do que isso, é importante saber se seu chefe também acha que você está pronto. Se sim, vale a pena conversar com ele para entender o que pode ser feito."
Outra dica é estabelecer pequenos objetivos para atingir a meta fim. "Se você pretende estar em uma determinada posição no final do ano, onde você precisa estar em julho?, questiona Braga.
Para Elvira Berni, sócia-diretora da People on Time, 2014 promete ser um ano atípico para os profissionais. "É um ano mais curto, com um Carnaval tardio e a Copa do Mundo. É preciso correr atrás do que se quer logo no primeiro semestre."
Ela afirma que, neste ano, os profissionais terão que crescer por conta própria, já que as empresas estarão mais cautelosas por causa das incertezas da economia.
"É preciso estar atento às tendências e buscar especializações que caibam no orçamento, tendo em vista que 2014 não é um ano que promete retornos a curto prazo."
Olhar para o mercado é importante, mas, para Braga, o ideal é buscar oportunidades que estejam próximas da realidade do profissional. "Quanto mais tempo de carreira, mais difícil é dar uma virada total", diz.
Raquel Cunha/Folhapress | ||
Luciana Gonçalves analisou tendências para migrar de área (Foto: Raquel Cunha/Folhapress, SUP-EMPREGOS) |
Luciana Gonçalves começou como analista de marketing na divisão de telecomunicações do grupo Algar, mas decidiu migrar para a área de tecnologia da corporação, que havia sido recém-criada.
Ela diz que tomou a decisão após pesquisar tendências de mercado: na época, o início da década passada, as empresas iriam precisar cada vez mais de serviços como de data center e mobilidade.
"Pesquisei as competências técnicas e comportamentais que seriam necessárias para crescer nesse novo setor. Voltei a estudar em treinamentos internos, sessões de mentoria e em um MBA. Até que consegui chegar a diretora de estratégia e marketing", afirma.
Para Sergio Sabino, diretor de marketing da agência de recrutamento Michael Page, práticas empresariais que estimulem o desenvolvimento de funcionários e uma comunicação clara entre gestor e funcionário são requisitos fundamentais para um plano de carreira deslanchar.
"Ter medo de divulgar quais são os caminhos para uma promoção e as metas individuais necessárias é um erro. É melhor ser transparente, mostrar as possibilidades reais de cada promoção. Isso estimula os profissionais a se planejarem e se comprometerem", defende.
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