Publicidade
26/01/2014 - 02h20

Governo expande cursos, mas não atinge meta da pós-graduação

DHIEGO MAIA
DE SÃO PAULO

O número de cursos de pós-graduação "stricto sensu" cresceu 23% entre 2010 e 2013, mas não atingiu a meta do governo. O país dispõe de 5.560 cursos "stricto sensu", mas deveria ter chegado a 6.029 no ano passado, de acordo com o Plano Nacional da Pós-Graduação.

"Estamos crescendo utilizando toda a capacidade. Não temos estrutura para avançar mais que isso", afirma Lívio Amaral, coordenador de Avaliação da Capes (órgão do Ministério da Educação responsável por esses cursos).

A mais recente avaliação da Capes, divulgada no fim do ano passado, aponta estabilidade na qualidade dos cursos e uma descentralização dos mestrados e doutorados para regiões menos tradicionais em pesquisa.

Divulgação
Unisinos, de São Leopoldo (RS), aparece pela primeira vez com nota máxima em avaliação de programas de pós feita pela Capes
Unisinos, de São Leopoldo (RS), aparece pela primeira vez com nota máxima em avaliação de programas de pós feita pela Capes

Em três anos, o número de cursos cresceu 40% na região Norte. O Centro-Oeste (37%) e Nordeste (33%) também tiveram aumentos expressivos.

Há diferenças notáveis na qualidade dos cursos.

Entre os 232 programas do país que receberam nota máxima (7), há apenas um no Nordeste, a pós-graduação em saúde coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

"Há fila para encaixar servidores das secretarias de saúde que querem se especializar aqui", diz a coordenadora Maria Teixeira.

O Centro-Oeste também tem apenas um programa considerado "top", o de antropologia, da UnB (Universidade de Brasília).

Os dados mostram que cinco instituições particulares com cursos de mestrado e doutorado têm nota máxima: as PUCs de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) paulista e carioca, e, pela primeira vez, a Unisinos, de São Leopoldo (RS).

Para Rafael Alcadipani, especialista em Organizações da FGV, não basta criar novos cursos sem perseguir a excelência - 69% dos programas do país estão em uma faixa intermediária da avaliação, entre 3 e 4 pontos. Entretanto, há críticas ao modo de avaliar da Capes, que seria muito concentrado em critérios numéricos, como produção científica.

"Não sabemos quais dos nossos cursos são uma referência global porque a avaliação é deficiente para dizer isso. Você tem uma análise gigantesca de métricas", diz Alcadipani.

Editoria de Arte/Folhapress
 

Publicidade

 
Busca

Encontre vagas




pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag