Governo expande cursos, mas não atinge meta da pós-graduação
DHIEGO MAIA
DE SÃO PAULO
O número de cursos de pós-graduação "stricto sensu" cresceu 23% entre 2010 e 2013, mas não atingiu a meta do governo. O país dispõe de 5.560 cursos "stricto sensu", mas deveria ter chegado a 6.029 no ano passado, de acordo com o Plano Nacional da Pós-Graduação.
"Estamos crescendo utilizando toda a capacidade. Não temos estrutura para avançar mais que isso", afirma Lívio Amaral, coordenador de Avaliação da Capes (órgão do Ministério da Educação responsável por esses cursos).
A mais recente avaliação da Capes, divulgada no fim do ano passado, aponta estabilidade na qualidade dos cursos e uma descentralização dos mestrados e doutorados para regiões menos tradicionais em pesquisa.
Divulgação | ||
Unisinos, de São Leopoldo (RS), aparece pela primeira vez com nota máxima em avaliação de programas de pós feita pela Capes |
Em três anos, o número de cursos cresceu 40% na região Norte. O Centro-Oeste (37%) e Nordeste (33%) também tiveram aumentos expressivos.
Há diferenças notáveis na qualidade dos cursos.
Entre os 232 programas do país que receberam nota máxima (7), há apenas um no Nordeste, a pós-graduação em saúde coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia).
"Há fila para encaixar servidores das secretarias de saúde que querem se especializar aqui", diz a coordenadora Maria Teixeira.
O Centro-Oeste também tem apenas um programa considerado "top", o de antropologia, da UnB (Universidade de Brasília).
Os dados mostram que cinco instituições particulares com cursos de mestrado e doutorado têm nota máxima: as PUCs de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) paulista e carioca, e, pela primeira vez, a Unisinos, de São Leopoldo (RS).
Para Rafael Alcadipani, especialista em Organizações da FGV, não basta criar novos cursos sem perseguir a excelência - 69% dos programas do país estão em uma faixa intermediária da avaliação, entre 3 e 4 pontos. Entretanto, há críticas ao modo de avaliar da Capes, que seria muito concentrado em critérios numéricos, como produção científica.
"Não sabemos quais dos nossos cursos são uma referência global porque a avaliação é deficiente para dizer isso. Você tem uma análise gigantesca de métricas", diz Alcadipani.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade