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25/05/2014 - 03h20

Curadores de rádios on-line ficam até 10 horas selecionando músicas

DE SÃO PAULO

A chegada ao Brasil de serviços de streaming de música (em que o usuário pode escutar a canção pela web sem ter de fazer download) abre portas para novas profissões.

A cearense Yasmin Muller, 25, é editora do serviço Deezer, sendo responsável por escolher os artistas que serão indicados aos usuários. Ela conta que fica dez horas por dia com fones de ouvido: são 30 discos selecionados por semana, além de músicas, artistas e "playlists" que recebem visibilidade variada.

"Tive de treinar o meu ouvido para, depois de dez segundos, ter uma noção de para onde a música vai e se vale a pena continuar ouvindo", conta a editora.

Muller é formada em audiovisual, toca instrumentos musicais e já trabalhou com programação de rádio.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Yasmin Muller é editora do serviço Deezer
Yasmin Muller é editora do serviço Deezer

Para ela, o mais importante na profissão é gostar de todo tipo de música, sem preconceito, e nunca parar de buscar novidades. "O mais legal é escolher coisas às quais as pessoas não teriam acesso", afirma.

Paulo Neves, 33, é líder da curadoria musical do serviço brasileiro Superplayer, lançado no ano passado. Ele também afirma que a pesquisa é essencial no trabalho.

"Quando se trata de um gênero musical, é preciso saber quem são os principais artistas, o que eles representam na história, onde estão inseridos etc. Gostar de música, quase todo mundo gosta", afirma.

No Superplayer, uma equipe de quatro pessoas inclui músicas em "playlists" recomendadas para diferentes momentos do dia do usuário: a academia, o churrasco, o trabalho etc.

"Pensamos em qual será a a harmonia das músicas, o tipo de vocal, entre outras características", diz Neves.

Ele diz acreditar que o mercado de curadoria tem bastante espaço para crescer. "O streaming é o futuro da música. As pessoas não têm mais tempo para criar suas próprias 'playlists' e, depois de enjoar, montar outra."

Neves dá uma dica para quem quer apostar na carreira: além de gostar de música e estudar bastante, é preciso ser organizado. "Você precisa ter uma biblioteca musical organizada que possa suprir qualquer demanda rapidamente", conta.

O salário de um curador no mercado de streaming pode variar de R$ 1.500 a R$ 4.000.

Colaborou BÁRBARA LIBÓRIO, de São Paulo

 

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