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08/06/2014 - 03h10

Faltam 45 mil profissionais de TI no Brasil

REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os salários médios do setor de TI cresceram 11% em 2013 em relação a 2012, ante uma inflação de 5,9% no ano passado. Os dados são de levantamento feito pela Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) a pedido da Folha.

A entidade estima que esse mercado terá deficit de 45 mil profissionais neste ano.

Apesar dos números positivos para quem quer atuar no setor, especialistas apontam que existem funcionários menos demandados, principalmente programadores de linguagens antigas (como VB6, JdEdwards e Cobol) e diretores de informática -algumas companhias estão reduzindo a hierarquia.

Editoria de Arte/Folhapress

Mas existem vagas mesmo nesses cargos menos procurados. Elas surgem com frequência menor ou têm remuneração menos competitiva.

"É o caso dos bancos, que possuem mainframes [computador de grande porte] para processar dados e que normalmente só rodam em Cobol. Eles sempre vão precisar de programadores especialistas nessa linguagem", afirma Daniel Garbuglio, diretor da recrutadora de TI Experis.

Entre as consultorias especializadas ouvidas pela Folha, uma das unanimidades em termos de cargos em alta são os de desenvolvedor (modo como o setor chama os programadores) de linguagens voltadas para negócios ou dispositivos móveis como Java, JavaScript,.Net, Ruby on Rails, HTML5 e SAP SD.

Jefferson Amorim, 29, é desenvolvedor mobile sênior da Neoway, de Florianópolis. Em 2001, ele começou a trabalhar em TI com a criação de sites. Sem formação acadêmica na área e apenas fazendo cursos rápidos e lendo livros do setor, aos poucos, ele foi migrando para a programação.

"Eu até iniciei uma faculdade de design, mas larguei quando vi que o campo de programação era muito maior, com mais empregos e projetos em todos os setores empresariais", lembra.

O especialista em BI ("business intelligence") é um daqueles que está em falta no mercado, segundo os recrutadores. Trata-se do ramo de informática que trabalha para coletar, organizar, analisar e monitorar informações para a gestão de negócios.

O trabalho de Tiago Sanchez, 33, diretor de pré-vendas da multinacional de software empresarial MicroStrategy, por exemplo, é criar e implantar programas com o objetivo de entender padrões de compras e de comportamento de consumidores, encontrar fraudes em operações e transformar isso em visualizações simples para administradores de empresas.

Ele conta que começou na área após ver um anúncio na parede da faculdade. "Muitos dos meus amigos estavam indo para o setor financeiro e abandonando a TI, mas eu gostei daquele anúncio porque ele convocava os candidatos a criarem novas formas de negócio. Na hora eu achei muito mais legal."

Hoje, ele lidera uma equipe de 15 pessoas na América Latina. Nesse meio tempo, fez um MBA com especialização em vendas para ter uma visão maior de negócios.

Raquel Cunha/Folhapress
Diretor de pré-vendas para a MicroStrategy, Tiago Sanchez, 33, é especialista em business inteligence
Diretor de pré-vendas para a MicroStrategy, Tiago Sanchez, 33, é especialista em business inteligence

REDUÇÃO DE GASTOS

Em um período de redução da atividade econômica, a TI também pode ajudar muitas empresas a cortarem custos.

Um dos exemplos disso é a adoção de softwares "na nuvem", em que os sistemas podem ser acessados via internet, o que diminui gastos com licenças e equipamentos.

O profissional responsável por essas funções é o especialista em redes, outro também em falta. Rodrigo Leite, 33, gerente de projetos na empresa prestadora de serviços Topmind, faz essas funções há oito anos. O conhecimento técnico veio com cursos como o de segurança da informação, ISO 27000 (certificação de segurança da informação) e sistemas de voz e infraestrutura de dados.

Mas, para alcançar o cargo gerencial, ele teve que também entender de funções como formação de equipes, acompanhamento dos trabalhos de cada uma delas e negociação com fornecedores, clientes e parceiros.
"O gerente de projetos une todas as pontas para garantir que o serviço seja entregue para o cliente, por isso o mercado de trabalho é tão promissor", destaca Leite.

Raquel Cunha/Folhapress
Rodrigo Leite 34, trabalha na Topmind, empresa que faz outsourcing de service desk
Rodrigo Leite 34, trabalha na Topmind, empresa que faz outsourcing de service desk
 

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