Presidentes de empresas ganham 296 vezes mais que funcionário médio nos EUA
DO VALOR
Os presidentes das maiores empresas americanas receberam em média US$ 15,2 milhões (R$ 34 milhões) de remuneração no ano passado –quase 300 vezes o valor obtido por um trabalhador médio do mesmo setor, segundo estudo do instituto americano de pesquisa Economic Policy Institute.
O levantamento é feito com base nos dados das 350 maiores companhias americanas com ações em Bolsa e inclui o salário-base e o valor de opções de ações exercidas em 2013. Segundo o estudo, os presidentes-executivos receberam cerca de 3% a mais no ano passado do que em 2012. Na comparação com 2010, houve um incremento de mais de 20%.
Isso faz com que a média da remuneração de um profissional com esse cargo seja 296 vezes o salário de um funcionário médio do mesmo setor da economia, relação maior do que a encontrada pelo instituto nos anos 1960, 1970, 1980 e 1990. Em 1965, cada presidente ganhava 20 vezes o salário de um trabalhador médio. Em 2000, a diferença atingiu o máximo já registrado, chegando a 382 para um.
Desde 1978, descontada a inflação, a remuneração dos líderes das empresas aumentou 937%, enquanto os salários dos funcionários médios subiram 10,2%. O aumento nos valores embolsados pelos executivos-chefes também representa mais do que o dobro dos ganhos nas ações no período e resulta em um crescimento em ritmo mais rápido do que o visto pelos outros profissionais com os salários mais altos nas empresas (foram observados aqueles que ganham mais do que 99,9% dos funcionários).
Para o presidente do instituto e autor da pesquisa, Lawrence Mishel, o fato de a remuneração dos presidentes crescer numa velocidade maior até mesmo que a dos outros profissionais mais bem pagos indica que o aumento recebido não reflete apenas a valorização de profissionais qualificados no mercado de trabalho, decorrente da disputa por mão de obra qualificada.
Para o instituto, isso indica que uma diminuição na remuneração desses gestores ou o aumento nos impostos cobrados em cima desses salários não teria impacto negativo na produtividade ou no mercado de trabalho. O estudo aponta ainda que mudanças nas políticas de governança corporativa das empresas seriam uma potencial solução para diminuir a discrepância.
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