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28/07/2014 - 03h52

Formação a distância para enfermeiros gera dúvidas

RICARDO BUNDUKY
DE SÃO PAULO

Graduações a distância na área da saúde que envolvam aprendizados laboratoriais e maior contato com o público, como enfermagem e fisioterapia, estão entre as mais rejeitadas pelo mercado.

Para Doris Humerez, do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), a modalidade não é adequada para formar enfermeiros, dada a grande responsabilidade exigida desses profissionais.

"A nossa preocupação é com a quantidade de erros que possam acontecer, e o erro da enfermagem não tem intermediários. A formação do enfermeiro é ética e isso a gente aprende no cotidiano."

Karime Xavier / Folhapress
Adriano Barbosa, que estuda educação física
Adriano Barbosa, que estuda educação física

Esses cursos também estão entre os menos ofertados da modalidade –em 2012, segundo o MEC, três instituições disponibilizavam graduação de enfermagem, totalizando 788 alunos matriculados. A fisioterapia contava com dois cursos abertos.

A universidade Anhanguera passou a ofertar enfermagem no primeiro semestre deste ano, na modalidade semipresencial, em que o estudante comparece ao polo duas vezes por semana para ter aulas laboratoriais, como anatomia, além de ter contato com os tutores.

"Não há perda de conteúdo, o aluno conta com a mesma carga horária de um curso presencial", diz Cristina Carvalho Alves, coordenadora dos cursos a distância da unidade Belenzinho (SP).

De acordo com João Vianney, consultor da Hoper Educação, a dificuldade de desenvolver competências, como um suporte de tutoria e laboratórios presenciais, dificultam a abertura de novas graduações nessa área.

"Cursos da saúde ganhariam um novo impulso com o barateamento de tecnologias para produzir modelos físicos, ou de laboratórios virtuais", conclui.

No âmbito do bem-estar, o cenário é diferente para a educação física, que era disponibilizada por 31 instituições na forma de licenciatura, além de uma em bacharelado. A demanda por esses cursos vem da necessidade de formar professores de ensino fundamental.

A modalidade permite que Adriano Barbosa, 30, aluno do segundo ano de educação física, concilie os estudos com seus dois empregos e os treinos de judô, que frequenta quatro noites por semana.

Ele trabalha em duas escolas de Embu das Artes (Grande São Paulo) –em uma delas, na área administrativa para obter a maior parte da renda mensal. Na outra, auxilia a dar aulas de judô, função em que deve se especializar após concluir o curso.

"Quero futuramente abrir minha própria academia e, quando estiver em condições, dar aulas para crianças carentes", conta.

GESTÃO HOSPITALAR

Para cargos administrativos no âmbito da saúde, a aceitação dos cursos a distância é equivalente a um curso presencial, de acordo com empresas de recrutamento consultadas pela Folha.

A graduação a distância pode ser um investimento na carreira de quem já atua na área, mas precisa do diploma universitário para pleitear cargos mais altos.

É o caso de Jesué Gonçalves Júnior, 21, que estuda gestão hospitalar e trabalha como auxiliar de faturamento de um hospital em Cachoeiro do Itapemirim (ES).

"Acredito que as oportunidades de crescimento dentro da empresa podem ser maiores se eu me qualificar", diz.

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Reprodução
 

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