Formação a distância para enfermeiros gera dúvidas
RICARDO BUNDUKY
DE SÃO PAULO
Graduações a distância na área da saúde que envolvam aprendizados laboratoriais e maior contato com o público, como enfermagem e fisioterapia, estão entre as mais rejeitadas pelo mercado.
Para Doris Humerez, do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), a modalidade não é adequada para formar enfermeiros, dada a grande responsabilidade exigida desses profissionais.
"A nossa preocupação é com a quantidade de erros que possam acontecer, e o erro da enfermagem não tem intermediários. A formação do enfermeiro é ética e isso a gente aprende no cotidiano."
Karime Xavier / Folhapress | ||
Adriano Barbosa, que estuda educação física |
Esses cursos também estão entre os menos ofertados da modalidade –em 2012, segundo o MEC, três instituições disponibilizavam graduação de enfermagem, totalizando 788 alunos matriculados. A fisioterapia contava com dois cursos abertos.
A universidade Anhanguera passou a ofertar enfermagem no primeiro semestre deste ano, na modalidade semipresencial, em que o estudante comparece ao polo duas vezes por semana para ter aulas laboratoriais, como anatomia, além de ter contato com os tutores.
"Não há perda de conteúdo, o aluno conta com a mesma carga horária de um curso presencial", diz Cristina Carvalho Alves, coordenadora dos cursos a distância da unidade Belenzinho (SP).
De acordo com João Vianney, consultor da Hoper Educação, a dificuldade de desenvolver competências, como um suporte de tutoria e laboratórios presenciais, dificultam a abertura de novas graduações nessa área.
"Cursos da saúde ganhariam um novo impulso com o barateamento de tecnologias para produzir modelos físicos, ou de laboratórios virtuais", conclui.
No âmbito do bem-estar, o cenário é diferente para a educação física, que era disponibilizada por 31 instituições na forma de licenciatura, além de uma em bacharelado. A demanda por esses cursos vem da necessidade de formar professores de ensino fundamental.
A modalidade permite que Adriano Barbosa, 30, aluno do segundo ano de educação física, concilie os estudos com seus dois empregos e os treinos de judô, que frequenta quatro noites por semana.
Ele trabalha em duas escolas de Embu das Artes (Grande São Paulo) –em uma delas, na área administrativa para obter a maior parte da renda mensal. Na outra, auxilia a dar aulas de judô, função em que deve se especializar após concluir o curso.
"Quero futuramente abrir minha própria academia e, quando estiver em condições, dar aulas para crianças carentes", conta.
GESTÃO HOSPITALAR
Para cargos administrativos no âmbito da saúde, a aceitação dos cursos a distância é equivalente a um curso presencial, de acordo com empresas de recrutamento consultadas pela Folha.
A graduação a distância pode ser um investimento na carreira de quem já atua na área, mas precisa do diploma universitário para pleitear cargos mais altos.
É o caso de Jesué Gonçalves Júnior, 21, que estuda gestão hospitalar e trabalha como auxiliar de faturamento de um hospital em Cachoeiro do Itapemirim (ES).
"Acredito que as oportunidades de crescimento dentro da empresa podem ser maiores se eu me qualificar", diz.
Assista a uma aula sobre aspectos psicológicos que influenciam no movimento
Assista a uma aula de biossegurança (clique na imagem)
Reprodução | ||
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade