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08/10/2014 - 16h07

Maioria das garçonetes nos EUA diz sofrer assédio sexual todo mês

DE SÃO PAULO

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos apontou que a prática de assédio sexual contra garçons e garçonetes é um problema "endêmico" da indústria de restaurantes.

"O assédio sexual é endêmico em toda a indústria dos restaurantes. O assédio sexual impacta tanto trabalhadores homens quanto mulheres, mas tem um impacto maior entre as mulheres", diz a conclusão do estudo "The Glass Floor - Sexual Harassment in the Restaurant Industry" ("O chão de vidro - assédio sexual na indústria de restaurantes", em tradução livre).

Ele foi feito pelo Restaurant Opportunities Center (que reúne trabalhadores do setor), em parceria com o grupo feminista Forward Together. Foram ouvidos 688 garçons e ex-garçons, além de uma pesquisa qualitativa.

O levantamento mostra que 74% das mulheres e 58% dos homens são assediados pelo menos uma vez por mês por companheiros de trabalho. Além disso, 66% das garçonetes e 58% dos garçons relatam assédio de chefes.

Entre clientes, a quantidade de assédio mensal é de 59% entre elas e 50% entre eles.

Newton Santos/Hype/Folhapress
Grupo de garçonetes em um bar de São Paulo
Grupo de garçonetes em um bar de São Paulo

As práticas mais comuns de assédio são comentários e piadas de cunho sexual –65% das mulheres e 39% dos homens relatam já ter recebido esse tipo de insinuação. Mais de um terço das garçonetes e 21% dos garçons dizem já ter sido tocados de modo deliberado por colegas, chefes ou clientes.

As conclusões da pesquisa apontam que a principal razão para o assédio é o pagamento de gorjeta como parte do salário. Para os autores, isso "cria um ambiente de desvalorização da mulher não apenas entre os clientes, mas também entre a gerência e entre os colegas".

Segundo o estudo, a necessidade de receber as gorjetas força o trabalhador a aceitar o assédio. Entre as entrevistadas, 67% das garçonetes acreditam que de fato receberão gorjetas menores se denunciarem a prática.

Os autores defendem um aumento no pagamento mínimo aos garçons e garçonetes, para que eles não precisem mais aceitar as gorjetas.

 

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