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19/10/2014 - 02h00

Quem cursa MBA tende a ganhar mais, mas investimento é de longo prazo

ANA MAGALHÃES
DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nos 20 melhores MBAs do mundo, o aumento salarial dos profissionais três anos após a conclusão do curso é de 72% no mínimo, mas chega a 113% para quem estuda em Harvard ou 156% para quem se pós-graduou pela chinesa Ceibs. Os dados são de levantamento anual do jornal "Financial Times".

Não há no Brasil um estudo sobre a evolução salarial pós-MBA, mas dados indicam que profissionais que se formaram nesse tipo de programa ganham mais.

Dados levantados pelo site de empregos Catho com 480 mil respondentes indicam que um gerente que fez esse curso ganha, em média, R$ 10,5 mil por mês no Brasil, ante R$ 7.800 daquele que tem apenas a graduação.

Isso não acontece exatamente porque o currículo do profissional ganha novo status. Mas sim porque, com o conhecimento adquirido no curso, o rendimento do profissional (e suas responsabilidades) tende a aumentar, o que gera, como consequência, novo patamar salarial.

Silvio Laban, coordenador dos programas de MBA do Insper, destaca que a realidade norte-americana dos MBAs é muito diferente da brasileira: no exterior, os cursos tendem a ser em tempo integral (o que não acontece no Brasil).

Ciete Silverio/Folhapress
Formado em marketing, Antonio Carlos Faraco teve aumento de 50% no salário após curso em Londres
Formado em marketing, Antonio Carlos Faraco teve aumento de 50% no salário após curso em Londres

Além disso, a média de idade dos que cursam um MBA no exterior é menor do que a brasileira, o que faz com que a evolução salarial medida nos Estados Unidos possa ser superior à nacional.

No Brasil, cerca de 70% dos participantes dos programas de MBA têm entre 28 e 40 anos, sendo 32 a média de idade, segundo a Anamba (associação do setor). Nos Estados Unidos, ela é de 28.

Formado em marketing e finanças nos Estados Unidos, Antônio Carlos Faraco Pires Júnior, 36, teve um aumento salarial de cerca de 50% desde que concluiu um MBA.

Em 2010, ele foi um dos sete selecionados pelo banco Santander, onde trabalha, para fazer um MBA no exterior com as despesas pagas. Ele foi para a London Business School, no Reino Unido, onde ficou dois anos.

"O fato de ter feito o MBA me ajudou na empresa, a me darem novas oportunidades", afirma. Sua principal motivação ao se inscrever no programa de bolsas do banco era ampliar seus conhecimentos administrativos e de gestão. "Também tinha essa pretensão de aumento salarial e de maiores responsabilidades, e isso aconteceu."

Cursos de MBA não são baratos. Nos Estados Unidos, um curso de dois anos na Universidade Stanford custa cerca de US$ 120 mil (R$ 288 mil), sem considerar os gastos com hospedagem, alimentação e transporte.

De acordo com Ricardo Betti, sócio-diretor da MBA Empresarial, o retorno financeiro do investimento nas dez melhores escolas do mundo, que incluem Harvard e Stanford, é de cerca de cinco anos.

"Quando se desce no ranking, esse retorno demora um pouco mais para chegar, mas ainda assim ele acontece de seis a sete anos", informa.

Levantamento feio pela revista britânica "Economist" (veja quadro ao lado) mostra que a francesa HEC Paris é a que traz o retorno mais rápido. Em um ano, o aluno recupera 66,5% do dinheiro investido. A lanterna é da americana Wharton –o retorno é de 6,3% após 12 meses.

No Brasil, como muitos cursam esse tipo de programa e continuam trabalhando, a realidade é outra –e o retorno pode ser bastante mais rápido, até porque os cursos são mais baratos.

Na Fundação Getulio Vargas, por exemplo, um MBA tradicional custa entre R$ 23 mil e R$ 37 mil.

Marcelo Ambrozio, da consultoria MBA House, recomenda sempre que o interessado busque uma escola e um curso com base na identificação com seus objetivos. No entanto, se o profissional desejar apenas ter um aumento salarial, a dica então é buscar um curso pela marca da instituição que o oferece.

"Quanto melhor a universidade, maior a chance de aumento salarial", diz.

Gustavo Epifanio/Folhapress
O engenheiro Bernardo Kowarick, que atualmente está cursando um MBA
O engenheiro Bernardo Kowarick, que atualmente está cursando um MBA

O engenheiro de alimentos Bernardo Kowarick, 30, consultor de negócios da Cargill, multinacional do setor de alimentos, começou o curso no ano passado.

Entre seus objetivos estavam o desejo de fortalecer sua carreira, de conhecer melhor o universo administrativo e também de incrementar o seu salário.

"Sou pragmático, faço investimento buscando retorno", afirma. A Cargill paga 50% da mensalidade do MBA e exige que o profissional, depois, fique pelo menos dois anos na empresa.

Ele diz acreditar que seu objetivo será atingido em breve, até em razão das leis do mercado. "É um caminho natural. Com um MBA, o mercado vai te procurar mais. E as empresas, para tentar te segurar, terão que oferecer melhores propostas salariais."

 

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