Para reter talentos, grupo ajuda funcionário a abrir um negócio
ANDRÉ CABETTE FÁBIO
DE SÃO PAULO
Preocupado em reter talentos, o Grupo ABC, que reúne 15 agências de publicidade, lançou uma proposta que parece contraditória: incentivar seus 2.500 funcionários a montar as próprias empresas.
Essa é a base do projeto Start Us Up, encabeçado por Bob Wollheim, chefe da área digital do grupo.
O plano é usar quadros do ABC para ajudar funcionários a, por exemplo, estruturar modelo de negócios, identidade visual, site e vídeo de apresentação de suas start-ups. "A gente faz esse trabalho mínimo, mas a ideia e o negócio continuam sendo do funcionário", diz Wollheim.
O executivo não fala em valores, mas, caso a empresa seja do ramo do grupo, poderá receber investimentos.
"Queremos crescer com os pequenos, principalmente na área digital. Se as pessoas encontram no ABC um sócio, deixamos de perder talentos", resume Nizan Guanaes, dono do Grupo ABC e colunista da Folha.
Divulgação |
Nizan Guanaes, do Grupo ABC, que concentra 15 agências e está lançando um novo programa de estímulo a start-ups. |
"Tem muita gente que saiu daqui e foi para o Google e para a Globo também."
O Buscapé faz algo parecido com seus funcionários, estimulando-os a transformar a ideia de negócio em um braço da própria companhia.
Em abril, a empresa disse ter 30 desses empreendedores internos. Quando o negócio interessa à companhia, ela também vira sócia.
Luiz Edmundo Rosa, diretor de educação da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), avalia que esse tipo de projeto pode ajudar a tornar a empresa mais atraente para jovens profissionais.
"Eles cresceram com pais estressados e infelizes no trabalho, e não querem um emprego para a vida toda, mas trabalhar onde podem ser eles mesmos", diz.
Até agora, 40 pessoas se candidataram a participar do projeto, entre eles Bruno Tozzini, 31, diretor de criação da agência Africa, parte do Grupo ABC, que quer desenvolver o Ahead.
Trata-se de um chip de identificação que pode ser colocado em peças de roupa. A partir dele, o usuário pode ser identificado e ter acesso a descontos.
Guilherme Junqueira, gestor de projetos da ABStartups (Associação Brasileira de Start-ups), diz que o incentivo ao empreendedorismo dos funcionários é uma tendência mundial.
"É uma chance de ter estabilidade e emoção de empreender. O ponto ruim é a situação confortável fazer a ideia estagnar", diz.
Há também o risco de a pequena empresa start-up se formatar demais às necessidades do grupo e não conseguir crescer além dele.
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