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26/10/2014 - 02h00

Desigualdade de renda entre homens e mulheres em SP não dá sinais de queda

ANDRÉ CABETTE FÁBIO
DE SÃO PAULO

O presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella sugeriu no começo de outubro que, com "fé no sistema", mulheres receberiam aumento salarial –acabou recendo muitas críticas e teve de se explicar.

Na Grande São Paulo, a "fé no sistema" não está trazendo igualdade, avalia Lúcia Garcia, coordenadora de pesquisas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). "A diferença só cai quando homens perdem mais rendimento que as mulheres", diz.

Editoria de arte/Folhapress
Diferença de rendimento Diferença entre o que ganha o homem e a mulher na Grande São Paulo, em %*
Diferença de rendimento Diferença entre o que ganha o homem e a mulher na Grande São Paulo, em %*

Em nível nacional, dados do IBGE apontam diminuição constante da desigualdade de rendimento na última década. Mas o recorte feito pelo Dieese na Grande São Paulo no mesmo período mostra apenas oscilação. Homens ganham, no mínimo, 25,3% a mais que mulheres (veja o gráfico) no período. Em 2013, a vantagem foi de 29,7%.

Como são maioria na construção civil, por exemplo, um impulso no setor representa maior desigualdade a favor dos homens. Canteiros parados prejudicam o conjunto dos trabalhadores, mas diminuem a desigualdade a favor das mulheres.

Para Garcia, as mulheres são menos valorizadas no mercado porque tradicionalmente têm mais tarefas em casa e dispõem de menos horas para dedicar ao trabalho.

"As empresas sabem que as chances de uma mulher conseguir outro emprego são menores do que as dos homens, o que torna mais difícil para uma mulher conseguir um aumento", avalia Bila Sorj, professora de sociologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Segundo Garcia, a possibilidade de uma mulher engravidar pesa no salário. "Se a responsabilidade sobre os filhos e direitos como a licença-maternidade fossem igualmente divididos, a mulher estaria numa posição menos frágil no mercado", avalia.

A desigualdade persiste apesar de as mulheres serem em média melhor educadas do que os homens no Brasil. "A teoria de que não têm capacidade de competir igualmente está comprometida", diz Sorj.

 

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