'Tenho orgulho de ser gay', diz presidente da Apple
DE SÃO PAULO
Atualizado às 11h53.
O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, confirmou publicamente nesta quinta-feira (30) que é gay, tornando-se o primeiro líder empresarial entre as 500 maiores empresas dos Estados Unidos a assumir essa orientação sexual.
Cook, que assumiu o cargo em 2011, disse em um ensaio na revista "Bloomberg Businessweek" que nunca negou sua sexualidade, que vários colegas estavam cientes disso e que o fato nunca pareceu fazer diferença no modo como eles o tratavam.
Ele afirma que teve a sorte de trabalhar de uma companhia que "ama a criatividade e a inovação e que sabe que só pode crescer quando valoriza as diferenças entre as pessoas". "Nem todo mundo tem essa sorte", diz.
"Então me deixe ser claro: tenho orgulho de ser gay e considero que ser gay está entre os melhores presentes que Deus me deu", ele escreveu.
Lucy Nicholson/Reuters | ||
Tim Cook fala em uma conferência em Laguna Beach, na Califórnia |
Cook afirma que não se considera um ativista, mas que "percebe o quanto se beneficiou do sacrifício de outras pessoas" –aquelas que reivindicam direitos iguais para os gays.
"Então se ouvir que o presidente da Apple é gay pode ajudar alguém em dificuldades para descobrir quem ele ou ela é, ou trazer conforto para alguém que se sente só, ou inspirar pessoas a insistirem em sua igualdade, então vale a pena eu compensar com a minha própria privacidade."
Apesar de só se assumir agora, Cook já era publicamente um defensor das causas LGBT. No ano passado, ele escreveu um artigo para o jornal "Wall Street Journal" em apoio a uma legislação federal nos Estados Unidos que proteja gays, lésbicas e transgêneros no mercado de trabalho.
O executivo também foi neste ano à Parada Gay de San Francisco com outros funcionários da Apple. A empresa postou um vídeo na internet mostrando o executivo se divertindo com os colegas de trabalho.
Cook também já figurava na lista dos gays mais poderosos do mundo publicada anualmente pela revista americana "Out".
MODELOS
No livro "The Glass Closet: Why Coming Out is Good Business" (o armário de vidro: por que se assumir é bom negócio, em tradução livre), o executivo britânico John Browne argumenta que um dos problemas para o avanço dos direitos dos funcionários homossexuais nas empresas é a falta de modelos: executivos gays extremamente bem-sucedidos que indiquem para os mais novos o caminho a seguir.
De acordo com reportagem publicada em setembro pelo jornal "New York Time", só havia dois presidentes-executivos gays assumidos entre as empresas americanas negociadas em Bolsa de Valores: Trevor Burgess, do banco C1 Financial, e Jason Grenfell-Gardner, da companhia farmacêutica IGI Laboratories.
Browne, que foi presidente da petroleira BP, mas omitiu sua orientação sexual durante toda a sua trajetória de 40 anos na companhia, afirma no livro que líderes devem falar e agir mais abertamente em relação à inclusão desses funcionários. Não só por propaganda, mas como uma necessidade causada pela "guerra por talentos": ser uma companhia aberta à diversidade ajuda a atrair bons profissionais.
Em contrapartida, ser contrário a essa causa pode trazer, hoje, problemas à companhia. Em abril deste ano, Brendan Eich renunciou ao cargo de presidente-executivo da Mozilla –companhia que desenvolve o navegador Firefox– em meio a acusações de homofobia. Funcionários armaram uma revolta e fizeram posts abertos nas redes sociais depois da revelação de que Eich doou dinheiro para apoiar um projeto de lei que bania o casamento gay na Califórnia.
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