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02/11/2014 - 02h00

Empresas correm risco de ficar com os 'mais ou menos', diz consultor

FELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"

As empresas não têm líderes na quantidade necessária para fazer com que as estratégias sejam executadas no período entre 2015 e 2018 –em parte, porque as corporações e os próprios presidentes-executivos não dedicam tempo suficiente à formação desses gestores. E, com o aumento do prestígio do empreendedorismo, as grandes companhias podem ficar apenas com os funcionários "mais ou menos".

A conclusão é de uma pesquisa feita pelo Grupo Empreenda, que presta consultoria de formação de equipes a grandes companhias, com 194 CEOs e líderes de RH. Segundo o levantamento, 71% dos presidentes dizem sofrer com a falta de líderes na própria organização.

Zanone Fraissat/Folhapress
O consultor César Souza
O consultor César Souza

Leia abaixo trechos da entrevista com César Souza, presidente da consultoria e autor de livros sobre liderança.

Folha - Mais de 70% dos CEOs dizem que suas empresas não têm líderes em quantidade suficiente. Por quê?

César Souza - O principal fator é o ritmo acelerado de mudanças drásticas no ambiente corporativo e o fato de que viveremos um novo ciclo com algumas rupturas com relação ao que deu certo no passado. Não adianta preparar pessoas para uma realidade que já não existe mais.

O segundo fator é que os atuais líderes e CEOs não investiram o tempo e os recursos necessários para formar uma nova safra. É importante que o mentor invista de 15% a 20% do seu tempo em formar outros líderes. Jack Welch dizia que levava 40%, e Norberto Odebrecht, 60%.

Segundo a pesquisa de vocês, exige-se que os executivos liderem pelo exemplo, inspirem as pessoas e sejam focados em resultados. É uma tarefa difícil, não?

Ficou muito mais complexa a tarefa de gerenciar e liderar pessoas. São muitas variáveis: o mundo mais complexo, a competição acirrada, os consumidores mais exigentes, uma nova geração bem diferenciada chegando e demandando valores, atitudes diferentes e o capitalismo no Brasil evoluindo com novas formas de governança impostas por investidores.

Há hoje um aumento da cultura do empreendedorismo, com gente jovem querendo abrir o próprio negócio. Como isso afeta a estratégia das grandes empresas?

Isso impacta e muito o mercado, pois os mais talentosos realmente não querem mais se submeter às regras ultrapassadas de empresas engessadas. Querem autonomia, criatividade, desenvolver potencial, criar produtos e negócios novos. Se as empresas não se desengessarem e se reinventarem, vão correr o sério risco de no futuro ficar só com os mais ou menos'. Os verdadeiramente talentosos vão ter voos próprios e serão empreendedores fora das grandes empresas.

 

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