Fantasias, drinques e soneca: veja como é a maratona da Black Friday nas empresas

Os 550 funcionários da loja on-line de móveis Mobly vão passar fantasiados o dia em que o site tem mais vendas no ano. E, de vez em quando, poderão tomar "shots" de tequila. Em outras empresas de tecnologia, vai haver colchões ou reservas em hotéis para que os profissionais durmam durante a maratona da Black Friday, festival de descontos que acontece nesta sexta-feira (28) e no qual o comércio on-line prevê faturar R$ 1,2 bilhão, de acordo com a consultoria E-bit.

A tradição da festa a fantasia na Mobly é mantida desde 2012 em razão da proximidade do evento com o aniversário da companhia, que começou a funcionar em 15 de novembro de 2011.

Victor Noda, 33, cofundador da Mobly, diz que, apesar de o volume de vendas ser no mínimo dez vezes maior que o de um dia comum, a Black Friday não é exatamente um dia de estresse, porque a preparação foi feita antes -a negociação com fornecedores para conseguir preços mais baixos começou no início do ano, e a preparação da estrutura, em julho.

	Divulgação
	Funcionários da loja on-line Mobly durante a Black Friday 2013

"No dia, a gente tem que ter muito mais atenção para garantir que o site vai ficar de pé, mas a parte comercial e de marketing foi feita com antecedência", diz Noda, que no ano passado foi à empresa de He-Man. Ele não revela a fantasia desse ano.

Em 2013, a equipe tomava uma dose de tequila a cada vez que a empresa atingia R$ 1 milhão em vendas. Neste ano, isso não será possível porque o faturamento do site como um todo cresceu, então essa meta é baixa demais.

"Se a gente fizer isso esse ano, vai sair todo mundo bêbado, então vai ter que ter só uma dose ou outra", afirma.

O clima de tranquilidade não é o mesmo na Zanox, uma empresa de marketing que gerencia a colocação de anúncios de varejistas em outros portais na internet. "Vai ser pesado. É um dia de trabalho duro e que vai durar muitas horas", diz Monalisa Sanches, 29, gerente de operações da companhia.

A empresa tem que ficar de olho nos anúncios que publica porque, com a procura, o produto em destaque pode já ter se esgotado, fazendo com que os sites exibam propaganda de algo que não está mais disponível.

"O internauta vê o anúncio de um televisor de 55 polegadas maravilhoso por R$ 2.000, mas que em 15 minutos acaba. Os nossos afiliados não podem mais exibi-lo."

Para que os funcionários estejam disponíveis, a companhia alugou quartos de hotel perto da sede, na região da avenida Paulista, para que eles possam descansar rapidamente "nas poucas horinhas que vão ter", diz Sanches.

COLCHONETE

No caso da Vtex, uma companhia que oferece tecnologia para e-commerce, tendo 600 lojas em funcionamento, a opção foi disponibilizar colchões para os funcionários –eles também podem ir para quartos de hotel.

Cerca de 30 profissionais vão participar de um "hackathon" (maratona de programação), que começou na manhã desta quinta-feira (27) e vai até o fim da noite de sexta (28).

Em geral, empresas promovem esse tipo de evento para estimular a criação de novos produtos e testes de novas ideias, mas nesse caso o objetivo vai ser "testar a capacidade de pensar rapidamente, agir sobre pressão e simular cenários de possíveis quedas no sistema", diz Geraldo Thomaz, 37, cofundador da Vtex. Comemorações "mais alcoólicas", como na Mobly, só depois das 23h30 de amanhã.

Segundo ele, o momento mais crítico de trabalho é a virada de quinta para a sexta, quando os clientes começam a navegar nos sites para identificar produtos que queiram comprar –a expectativa é que o fluxo de acessos nas lojas seja entre 30 e 40 vezes maior que a média, diz Thomaz.

"Você precisa estar preparado, porque se não atende essa primeira leva, não atende ninguém mais, porque os pedidos ficam acumulados", afirma o empresário.

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