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30/11/2014 - 02h00

Brasileiro busca muitas vagas, mas é mais cauteloso ao aceitá-las

ANDRÉ CABETTE FÁBIO
DE SÃO PAULO

O mercado de trabalho aquecido e o risco de desaceleração tornam os profissionais brasileiros ousados e conservadores. Ousados porque 70% estão atentos a vagas –a média das Américas é 45%. Conservadores por serem cada vez mais cautelosos ao fechar um contrato.

Os dados são de uma pesquisa da empresa de recursos humanos Kelly Services com 230 mil trabalhadores com 5 a 10 anos de experiência, 4.000 deles no Brasil.

Segundo Daniel Pagano, diretor da consultoria no país, os brasileiros estão mais exigentes porque sabem que faltam profissionais qualificados no mercado.

Editoria de Arte/editoria de Arte/Folhapress

Isso faz com que valorizem sua formação e tenham cuidado ao buscar empregos dinâmicos que ofereçam experiência, crescimento profissional e treinamento.

A reputação da empresa importa para 45% dos brasileiros, enquanto a média mundial é de 34%. Isso se explica pelo peso no currículo e pela desconfiança sobre o futuro de negócios menores.

"Apesar do desemprego baixo, o clima político e a economia desacelerando trazem incerteza", diz Pagano.

Levantamento da consultoria aponta que o tempo que um contratante leva para fechar negócio com um executivo de alto nível aumentou de 4 para 6 meses entre 2013 e 2014.

A pesquisa também mostra que o brasileiro valoriza mais a própria identificação com a empresa do que a média global.

Luiz Edmundo Rosa, diretor da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), encara essa exigência como uma reação ao fato de instituições estarem em xeque no país.

"A credibilidade está arranhada na política e nas empresas, com desvios em grandes obras. O profissional quer trabalhar em uma companhia de que se orgulhe", diz.

O desafio de segurar um profissional nesse mercado passa por manter um bom ambiente de trabalho.

Levantamento do site Love Mondays baseado em 20 mil avaliações anônimas sobre empresas aponta liderança fraca, desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, pressão excessiva e falta de reconhecimento como as principais queixas.

"Reclamações sobre salários são ligadas a pouco reconhecimento. Falta de autonomia e prazos impossíveis também aparecem", diz Luciana Caletti, que é fundadora do site.

 

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