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14/12/2014 - 02h00

Prédios acessíveis e tutorias dão prêmio a empresas inclusivas

FILIPE OLIVEIRA
DE SÃO PAULO

Rampas de acesso por todos os lados, elevadores com painéis que avisam pelo som quais botões se está acionando e equipe preparada para receber pessoas com diferentes necessidades.

Essas são características da sede da Serasa Experian em São Paulo que ajudaram a empresa a ser escolhida, entre outras 55 candidatas, como a melhor no Estado de São Paulo para profissionais com deficiência. A premiação foi concedida pela Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

Lalo de Almeida/Folhapress
Cleia Galdino, 37, com seu cao-guia na sede da empresa Serasa Experian, onde trabalha
Cleia Galdino, 37, com seu cao-guia na sede da empresa Serasa Experian, onde trabalha

Na companhia trabalham 128 profissionais com deficiência, de um total de 2.600 funcionários.

Andréa Regina, gerente de cidadania corporativa da empresa, conta que, quando contratados, esses profissionais passam por um período de adaptação que, em geral, dura três meses. Durante o processo, a pessoa tem um tutor e são realizadas reuniões semanais de acompanhamento.

Após esse processo, ele passa a ser cobrado e avaliado do mesmo modo que os demais, diz Regina.

A empresa oferece aula de português para deficientes auditivos e de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para seus colegas. Possui softwares para que pessoas com deficiência visual usem o computador.

No Citibank, segundo colocado na premiação, dos cerca de 5.500 profissionais da empresa no Brasil, 228 tem deficiência.

Adriano Bandini, especialista em diversidade do Citibank, conta que a companhia faz questão de colocar pessoas com deficiência no atendimento aos clientes. Considerando apenas as com deficiência intelectual, 43 atuam no banco e estão espalhadas em 30 agências diferentes.

Julia Fernandes, vice-presidente de RH da empresa, diz acreditar que ainda há espaço para aumentar as contratações. Ela aponta a acessibilidade das cidades, que dificulta a chegada dos profissionais no trabalho, como um empecilho a maior inclusão profissional. Ela recomenda que pessoas com deficiência se inscrevam em vagas que não sejam reservadas apenas a elas.

INCLUÍDOS JUNTOS

Cléia Galdino, 37, perdeu a visão há dez anos devido à doença de Stargardt. Teve na Serasa, onde atua há três anos como auxiliar no setor de marketing, sua segunda oportunidade profissional desde então.

Uma nova etapa de sua inclusão na empresa aconteceu há dois meses, quando ela passou a andar sempre com a Ellie, cadela que é sua guia.

Todos os funcionários da empresa receberam mensagens explicando como lidar com o cão-guia. A ONG Íris, que ajudou a trazer o animal dos Estados Unidos, visitou a empresa para conversar com os colegas do departamento de Galdino.

O PRÊMIO

A premiação foi realizada em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e com apoio da consultoria I.Social, especializada na empregabilidade da pessoa com deficiência.

As empresas foram avaliadas a partir de cinco critérios: gestão, potencial de reaplicação e multiplicação das iniciativas, grau de sustentabilidade dos projetos de acessibilidade, promoção da inclusão social, autonomia e independência da pessoa com deficiência no ambiente de trabalho e realização de suas funções e respeito à legislação.

Segundo Linamara Rizzo Battistella, secretária de Estado das Pessoas com Deficiência, o engajamento e a qualidade dos programas apresentados pelas empresas que ´participaram do prêmio mostra a evolução do tema da inclusão dentro das empresas.

"As 56 empresas que entraram vieram para ganhar. A resposta do mercado foi muito surpreendente. As empresas que destacaram no prêmio representam uma grande parte do PIB do país, o que mostra que o assunto da inclusão está virando rotina, conversa de bar."

 

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