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28/12/2014 - 03h07

Adeptos da 'geração barra' se negam a ter apenas uma carreira; conheça casos

DO "NEW YORK TIMES"

Uma barra: na era das mensagens de texto e das descrições de perfis no Twitter, ela se tornou um sinal de pontuação universal para aqueles que querem descrever rapidamente suas atividades sociais (jantar/drinques), as ambições de carreira (trabalho/diversão) e até mesmo os arranjos amorosos (amigo/amante).

Mas, para alguns integrantes da geração Y (aqueles nascidos entre 1980 e 2000), ela se transformou em uma espécie de marcador de identidade (advogada/atriz; relações públicas/DJ; executiva/cozinheira) para aqueles que trabalham em dois (ou mais) mundos diferentes.

Ao contrário de legiões de americanos que têm vários empregos por necessidade, esses jovens escolhem se esticar entre várias atividades. Enquanto um trabalho geralmente paga as contas, outro permite algo mais criativo. Eles consideram esse coquetel de atividades essencial para o bem-estar e consideram que se concentrar em apenas uma coisa para o resto da vida é antiquado.

"Uma coisa para o resto da minha vida? Absolutamente não", diz Maxwell Hawes 4º, 25, que atualmente se alterna entre uma companhia de tecnologia para publicidade em San Francisco e uma start-up (empresa iniciante) e de vestuário masculino. "Eu não imagino como seria isso."

Veja nesta página quatro retratos da "geração barra" nos Estados Unidos.

Yana Paskova/The New York Times
Lenny Platt (em pé) durante uma festa organizada pelo coletivo BBQ Films
Lenny Platt (em pé) durante uma festa organizada pelo coletivo BBQ Films

ADVOGADO/ATOR/PRODUTOR

"O meu perfil no LinkedIn é uma loucura", diz Lenny Platt, 30, um assistente jurídico da ESPN em Nova York que também atua na série de TV "How to Get Away With Murder" e é produtor-executivo na BBQ Films, um coletivo que organiza eventos com base em filmes cult.

Platt, formado em direito, negociou faltas no trabalho para ir a testes e aceitar papéis que exigem que ele esteja em estúdio durante o expediente. As atividades na BBQ Filmes tomam noites e fins de semana. Recentemente, ele ajudou a produzir uma homenagem ao filme "Um Morto Muito Louco". "Tenho sorte de ainda não ter tido uma crise de estafa."

PSIQUIATRA FORENSE/DJ

Thomas Oden, 32, cresceu em Nova Orleans cercado por música e tocou saxofone na banda de jazz da escola. Ele parou quando foi para a universidade. "Eu sentia que tinha de fazer a escolha de me dedicar só ao trabalho acadêmico", conta. "Eu sentia falta e não sabia que estava desistindo de uma válvula de escape."

Mais tarde, nas festas da faculdade, ele ficou fascinado com os DJs. Começou a tocar para amigos em festas e a postar mixagens na web. Quando voltou a New Orleans para a residência, sua reputação o seguiu e ele começou a receber para tocar.

"Em um ponto, após todo o treinamento médico, você aprende a ter empatia pelas preocupações das pessoas", conta Oden, que usa o nome artístico de DJ Diagnóstico. "Elas não sabem seu diagnóstico, precisam de tranquilidade, estão assustadas. Eu percebi que poderia usar essa habilidade para tocar de um modo diferente para as pessoas que querem se divertir."

Yana Paskova/The New York Times
Margaret Choo prepara macaroons em cozinha de NY
Margaret Choo prepara macaroons em cozinha de NY

PESQUISADORA/COZINHEIRA

Para Margaret Choo, 27, a mistura de vidas começou na Universidade Vanderbilt, onde ela estudou neurociência e história da arte e trabalhou em um museu. Ela, que trabalha como pesquisadora no Museu Metropolitano de Arte, em Nova York, e cozinha desde a infância, foi incentivada por amigos a oferecer serviços para eventos.

Choo aluga um espaço em uma cozinha industrial em Manhattan e produz sob demanda. Os colegas de museu também se beneficiam da jornada dupla.

"Eles me apoiam, especialmente se isso significar que podem provar alguns dos produtos."

ADMINISTRADOR/INSTRUTOR DE ACADEMIA

O trabalho de Thomas Tessier, 26, no escritório de admissões da escola on-line da Universidade Stanford é relativamente engessado. Sua atividade noturna, orientando corridas e agachamentos em uma academia de San Francisco, encoraja uma etiqueta corporativa diferente.

"Stanford é interativa e eu conheço gente, mas eu não posso pegar um microfone e fazer comentários sarcásticos sobre a Britney Spears ou perambular por aí."

Para ele, a pergunta "o que você quer fazer quando crescer" não existe mais". "Como alguém cujo trabalho é perguntar isso às pessoas...", ele faz uma pausa. "Há um milhão de respostas."

 

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