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25/01/2015 - 02h00

Mercado de especialização é alavancado por áreas de exatas, saúde e tecnologia

RICARDO BUNDUKY
DE SÃO PAULO

Uma em cada três instituições de ensino privadas no Brasil oferece cursos de pós-graduação na modalidade lato sensu, segundo um estudo da consultoria Hoper.

O segmento movimenta de R$ 4 a R$ 5 bilhões ao ano e está concentrado nos Estados de São Paulo, Rio, Minas Gerais e Paraná, que representam 56% da oferta.

Nas instituições particulares, o lato sensu é dominado por cursos na áreas de gestão e negócios, que representam um terço do total da oferta e canalizam 34% dos alunos.

Editoria de Arte/Folhapress/Editoria de Arte/Folhapress

"Uma variável importante nesse mercado é 'aquilo que funciona'. É mais conveniente e mais fácil formatar cursos na área de gestão e negócios", afirma Romário Davel, consultor da Hoper.

Segundo o diretor de pós graduação da Faap, Victor Mirshawka Jr., um dos fatores que explica o volume de cursos nessa área é que ela atrai graduandos de formações distintas.

"Mesmo havendo conhecimento técnico, até certo ponto é a formação comportamental ou humana que faz o profissional evoluir na carreira. Por isso a pós em administração é tão procurada por engenheiros, arquitetos."

Cursos de direito ficam em segundo lugar na quantidade de matrículas do lato sensu, com outras 30% delas.

De acordo com o consultor Davel, por serem mais rentáveis do que a graduação, os cursos lato sensu equilibram as contas e são responsáveis, em parte dos casos, pela manutenção das instituições.

"Não é uma área regulamentada pelo MEC, o que possibilita diversos modelos acadêmicos", afirma ele.

Há uma quantidade mínima de horas, mas os encontros podem ser semanais, quinzenais. Isso reduz muito o custo para a instituição.

Embora seja difícil projetar o crescimento do lato sensu (o MEC só começa a contabilizar os cursos neste ano), a consultoria Hoper estima que a alta da modalidade superará a da graduação, que cresceu 4,5% de 2012 para 2013, segundo o MEC.

O aumento mais expressivo na oferta de cursos, segundo Davel, deve ser na área de exatas e tecnologia, que, contudo, absorvem fatia pequena de alunos, cerca de 9%.

Em segundo lugar, ele prevê incremento na área da saúde. "É um crescimento proporcional ao que acontece na área de graduação", afirma.

Editoria de Arte/Folhapress/Editoria de Arte/Folhapress

EXTENSÃO

Instituições de São Paulo dizem estar investindo em cursos de extensão, mais focados e com duração mais curta, de até um ano.

"Uma especialização, com 360 horas [carga horária mínima designada pelo MEC], é um compromisso às vezes incompatível com a rotina de quem trabalha", afirma Márcia Flaire Pedroza, assessora da pró-reitoria de educação continuada da PUC-SP.

Para 2015, a universidade aposta nessa modalidade na área de tecnologia, com cursos como crítica de videogame e técnicas de 3D.

"Os alunos querem vir, receber a formação e se mandar. Daqui a seis meses estão no mercado, colocando em prática o aprendizado", diz Sergio Lex, decano de extensão do Mackenzie, que tem quase 300 cursos com duração de 32 horas em média.

Segundo Mirshawka, diretor de pós da Faap, a vontade dos alunos de concluir cursos mais rapidamente incentiva a "modularização" dos cursos. "O aluno pode comprar 120 horas para ter o conhecimento, ou comprar as 360 horas e obter o certificado de lato sensu no final".

 

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