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25/01/2015 - 02h00

Australiano perderá 40 dias voando para concluir curso de MBA no Reino Unido

JAMIE SMYTH
DO "FINANCIAL TIMES"

Tony Mullen pode ser um dos viajantes mais rodados do planeta. A cada mês, o vice-presidente de operações da Events Management Queensland, sediada na Austrália, faz uma viagem que totaliza 32 mil quilômetros para participar de um MBA na Escola Judge de Administração de Empresas, Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Os programas de EMBA (MBA para executivos empregados), que se baseiam em fins de semana de aulas uma vez por mês e módulos complementares on-line, estão atraindo número cada vez maior de candidatos radicados no exterior.

"Um dos meus colegas de classe viaja a Cambridge da Malásia, e há alunos da Ucrânia, Rússia, França e Irlanda no meu grupo", diz Mullen. Cerca de um terço de sua classe viaja para fora de seu país de origem para assistir às aulas, diz."Havia um senhor de Sydney que era parte do programa no ano passado, e conversei com ele antes de me matricular, para obter dicas sobre como administrar as viagens".

FLEXIBILIDADE

O programa de EMBA da Escola Judge envolve 16 finais de semana de aulas e quatro blocos de uma semana inteira de duração, em período de 20 meses. O formato foi adotado para acomodar executivos de agenda movimentada, e o curso foi modulado de maneira a complementar as responsabilidades que os alunos já exercem em seus empregos.

"Parto para Cambridge em um voo que sai à 1h da quinta-feira; durmo pelas primeiras seis ou sete horas e depois trabalho por 12 horas direto no avião", diz Mullen. Ele estima que passará pelo menos 960 horas, ou 40 dias, viajando de avião ao longo de seu de MBA. Mas por viajar para assistir às aulas do curso no final de semana, ele diz não ter perdido muito tempo de trabalho.

Mullen diz que seu emprego requer muita atenção, já que a estatal que o emprega administra três grandes eventos esportivos: a Maratona Gold Coast Airport; o Pan Pacific Masters Game; e o Great Barrier Reef Masters Games. Mas ele diz que o empregador vem sendo prestativo e oferecendo as folgas de que ele necessita para viajar e fazer seu EMBA.

DIPLOMA DE GRIFE

"Poder fazer esse curso é uma oportunidade única", diz Mullen. "Eu o escolhi por causa da qualidade do programa, a diversidade do corpo discente, as futuras redes de contatos, os professores de classe mundial e o valor global de marca da Universidade de Cambridge".

Pai de gêmeos de sete anos de idade, Mullen diz que há sacrifícios, como o tempo que ele precisa passar longe da família, mas que batalha para manter uma vida equilibrada.

"Minha mulher e eu conversamos detalhadamente sobre o curso antes que eu começasse", ele diz. "Faço questão de dedicar tempo de qualidade à minha família e trabalho como voluntário na escola de meus filhos uma vez por semana".

Manter a boa forma também é importante, acredita, por conta dos longos voos para o Reino Unido. Ele tenta começar cada dia correndo 10 quilômetros nas praias da Gold Coast, em Queensland.

INVESTIMENTO

O custo de seu EMBA e das viagens associadas a ele chega a 140 mil dólares australianos (cerca de R$ 300 mil).

"Embora você possa encontrar programas mais baratos, há muitos que excedem enormemente o custo do programa da Universidade de Cambridge", diz.

"Para mim, o programa é um investimento no futuro, e já percebo dividendos agora, na forma de ideias que desenvolvo no curso e implemento no trabalho", afirma.

Com o tempo, Mullen espera que o EMBA o ajude a atingir o nível de presidente-executivo e lhe valha vaga em conselhos.

Uma vantagem adicional é que, quando seu EMBA estiver concluído, ele contará com 400 mil milhas em seu plano de fidelidade.

Saber se ele terá paciência para novos voos de longa distância, porém, é assunto completamente diferente.

 

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