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25/01/2015 - 02h00

Pós-graduação a distância custa menos, mas exige mais do aluno

JULIANA VINES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um curso a distância custa de 20% a 40% menos que uma pós-graduação presencial, de acordo com Stavros Xanthopoylos, vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional da Fundação Getúlio Vargas.

Mas essa não é a principal vantagem da modalidade, segundo o especialista. "Um bom curso a distância vai ajudar o aluno a ser autodidata, a lidar melhor com tecnologia e a escrever mais. São habilidades que fazem diferença no mercado ", afirma.

Para Marcos André Silveira Kutova, diretor da PUC Minas Virtual, o melhor da modalidade é o fato de o estudante não precisar se locomover e a possibilidade que ele tem de se aprofundar mais nos conteúdos.

Editoria de Arte/Folhapress/Editoria de Arte/Folhapress

"Cada aluno pode aprender em um ritmo, não é como no curso presencial, em que o professor fica tentando empurrar aqueles que têm dificuldade e acaba limitando aqueles que querem avançar mais rápido."

A lista de prós não para por aí. Na avaliação de Kutova, em uma sala de aula presencial, muitas vezes, perde-se tempo com dúvidas que não interessam a todos.

Outra coisa importante de lembrar é que a formação a distância não é discriminada hoje, nem no papel, nem no mercado de trabalho. "O diploma é o mesmo", lembra Luciano Sathler Rosa Guimarães, diretor de educação a distância da Rede Metodista de Educação.

Para o mercado de trabalho, é mais importante a maneira como o curso foi feito do que sua modalidade, segundo Fabio Cunha, gerente da recrutadora Michael Page.

"A formação tem que fazer com que o profissional traga novas soluções ao trabalho, tome melhores decisões. Não pode ser só uma linha no currículo", diz.

CONTRAS

É claro que não são só flores. Há pontos negativos em se fazer uma pós-graduação a distância. O primeiro deles é a falta de discussões sobre os conteúdos ensinados.

"Em um curso presencial de alto nível, talvez o aluno consiga ter mais momentos de debate, para construir e reconstruir conceitos", diz Xanthopoylos.

A gestora escolar Roseli Salvador, 41, sente falta disso mesmo sendo uma veterana em ensino a distância -ela fez graduação em gestão pública e agora faz um MPA (Master Public Administration), ambos na Universidade Metodista de São Paulo.

"É solitário. A pós-graduação é ainda pior que a graduação. Na graduação, eu encontrava minha turma para fazer trabalhos, agora não tenho contato. Isso deixa o estudo mais sofrido, porque não tem como pedir ajuda ou debater com os colegas", diz Roseli.

Para o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, a falta de interação dificulta a formação de uma rede de contatos profissionais.

"Fazer uma pós a distância é melhor do que não fazer nenhuma pós, sem dúvida. Mas, se você tiver opção, prefira aqueles cursos que tenham alguma atividade presencial", afirma.

Xanthopoylos discorda. Para ele, as pessoas bem habituadas com tecnologia acabam fazendo mais contatos virtuais do que fariam presencialmente.

Não parece ser o caso de Roseli. Além das atividades on-line, ela vai ao polo do curso fazer provas, mas só encontra estudantes de outros programas.

As provas presenciais são uma exigência do MEC às pós-graduações. Também é preciso defender a monografia, o que ela pretende fazer no final do ano. Depois, já tem planos para o mestrado. "Se tiver um a distância, faço também. Depois que você se acostuma fica fácil."

Graças aos cursos, Roseli ganhou 35% de aumento. O segredo, para ela, foi ter investido numa especialização na área em que já trabalhava.

Esse é o plano de Aline Lopes Seabra, 35, que tem formação em letras e faz pós-graduação em revisão de textos na PUC Minas.

"Eu trabalho com isso em casa, mas quero um emprego formal na área. Espero que a pós me ajude."

 

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