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05/02/2015 - 02h00

Escolas de idiomas usam telefone pela internet para conectar alunos a nativos

EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Escolas de idiomas estão recorrendo a programas de ligação pela internet, como o Skype, para colocar alunos em contato com nativos da língua que estudam.

Um exemplo é a experiência Speaking Exchange, do CNA, que, por meio de convênios com abrigos de idosos dos EUA, conecta estudantes a norte-americanos por chamadas de vídeo.

"Não os preparamos para essa comunicação. Eles vão para o mundo real", explica Marcelo Barros, 44, diretor de educação da rede.

As conversas são gravadas, para os professores analisarem o desempenho dos participantes e comentarem os deslizes. "Os jovens, testados em situações reais, voltam mais seguros à sala", diz.

Edilson Dantas/Folhapress
Djones Rodrigues, 18, participou de programa Speaking Exchange, do CNA, em que estudantes conversam com idosos dos EUA
Djones Rodrigues, 18, participou de programa Speaking Exchange, do CNA, em que estudantes conversam com idosos dos EUA

O estudante Djones Rodrigues, 18, participou do programa. "Foi a primeira vez que falei com um nativo. Fiquei tenso, mas depois ganhei confiança", diz.

O piloto começou em oito escolas em São Paulo, e a rede quer expandi-lo para outras unidades.

A Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) tem um programa semelhante, o Teletandem Brasil, para alunos, professores e funcionários.

É baseado no método in-tandem, no qual duas pessoas –uma falante do idioma de interesse da outra– conversam e se ajudam.

A universidade fez convênios com instituições europeias e americanas para que universitários se falem via Skype, em 12 sessões de uma hora. Antes de começar a conversa, os estudantes recebem algumas orientações.
sem política nem sexo

Uma delas é evitar, ao menos nos primeiros contatos, falar de temas polêmicos, como religião, política e sexo.

"É preciso manter controle do novo vocabulário, acessar informações sobre gramática e escrever pequenos parágrafos, e depois textos mais longos, sobre o que foi aprendido", aponta João Telles, 60, professor da Unesp e coordenador do projeto.

Quem quiser conversar online também pode usar redes sociais como o Livemocha (livemocha.com) e o Busuu (busuu.com). Para aproveitar a experiência, porém, é preciso definir objetivos, diz Cristina Shibuya, 56, coordenadora de cursos e exames do Goethe-Institut São Paulo.

É importante escolher pessoas com interesses semelhantes, sugere Vera Menezes, 66, professora da Faculdade de Letras da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Segundo ela, "o vocabulário e as estruturas básicas da conversa são mais facilmente apreendidos."

 

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