Empreendedores são impulsivos e devem aprender a se questionar
FERNANDA PERRIN
DE SÃO PAULO
Executivos e empreendedores precisam aprender a pensar de modo crítico seu trabalho e suas organizações, defende Giedre Vasiliauskaite, 42, professora do mestrado da Escola de Negócios de Rotterdam, na Holanda, em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração.
Para a professora, empreendedores tendem a agir instintivamente e têm dificuldades para identificar os critérios que estruturam um pensamento e, por meio disso, perceber tanto os vieses e erros cometidos em sua elaboração quanto os argumentos mais fortes, dando maior objetividade e força à comunicação.
Divulgação | ||
A pesquisadora Giedre Vasiliauskaite |
Veja abaixo entrevista concedida à Folha por e-mail.
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Folha - Quais são os vieses e erros mais comuns cometidos por empreendedores?
Giedre Vasiliauskaite - Eles estão sujeitos a dois tipos de erros: em primeiro lugar, a agir de modo instintivo, sem verificar se existem condições para implementar uma mudança de estratégia, alterar um produto ou explorar um novo mercado.
O segundo erro mais comum é agir olhando apenas a última linha do balanço de um produto, para ver se ele está vendendo ou não.
Há muitas verdades para serem descobertas nos porquês de baixa, de estabilidade ou de alta.
Outro ponto é que empreendedores frequentemente têm uma atitude pragmática e tendem a não gostar de questionamento.
Por último, eles são focados no resultado e negligenciam informações que contradigam suas visões.
Como aplicar o pensamento crítico ao trabalho?
A proposta do pensamento crítico é questionar o modo como as coisas são feitas na busca por certos objetivos.
O que se espera de um executivo é que ele questione os meios pelos quais esses objetivos serão alcançados. A estratégia proposta pode ser efetiva? As pessoas estão suficientemente treinadas?
Por que você diz que, em momentos de crise econômica, as pessoas ganham mais autonomia?
A crise revela as fraquezas do antigo modo de pensar. Eu concordo que isso deixa as pessoas inseguras e vulneráveis, mas toda crise é também uma oportunidade de identificar o que deu errado e o que pode ser melhorado.
Ficou claro na crise de 2008 que as organizações estavam concentradas em planos de negócio, processos e incentivos financeiros, e esqueceram que sua efetividade depende também de comunicação e comportamento.
Uma das transformações essenciais que essa percepção trouxe foi o reconhecimento de que o sucesso de um negócio vem da motivação de seus funcionários, não apenas financeira,
mas também em termos de autonomia.
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