Publicidade
26/07/2015 - 01h35

Sem tempo para ir à entrevista de emprego? Empresas apostam em recrutar por vídeo

TAÍS HIRATA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nada de uma sala estranha e o recrutador te encarando. Empresas de recrutamento têm apostado em um novo formato que promete acelerar o processo seletivo e poupar horas de deslocamento do candidato: para torná-lo mais eficaz: entrevistas virtuais feitas por vídeo.

É o caso da Job Convo, que desde 2012 trabalha com este modelo. No processo, perguntas pré-programadas pelo recrutador aparecem na tela e o entrevistado deve respondê-las como se estivesse conversando com alguém. As respostas ficam gravadas em um banco de dados.

A ideia surgiu da própria experiência do presidente da empresa, Ronaldo Bahia, 32. "Gastava até duas horas para chegar à entrevista. Era um processo moroso e pouco eficiente", afirma o empresário.

Para Renato Tavares, 47, dono da Track Jobs, que oferece o mesmo serviço de entrevistas por vídeo, a plataforma acelera o processo e gera uma economia de dinheiro de até 30%. "Virtualmente o empregador já pode interromper a entrevista no meio, caso ele perceba que não se encaixa nos requisitos", explica.

Para o candidato, o método também traz vantagens. "Achei ótimo não ter que perder tempo indo até a empresa", afirma o analista programador Jefferson Bonamim, 23, que passou pela entrevista virtual há cerca de três meses.

"No começo achei estranho, mas fiquei menos nervoso, por não ter a tensão de estar em frente ao entrevistador. O sistema também tem a vantagem de poder regravar sua resposta caso você engasgue, ou se esqueça de alguma informação", diz.

Raquel Cunha/Folhapress
O analista de sistemas, Jefferson Bonamim, 23, passou por uma entrevista virtual para ser contratado na Link
O analista de sistemas, Jefferson Bonamim, 23, passou por uma entrevista virtual

O método, alertam especialistas, serve apenas para grandes processos seletivos, para fazer uma triagem inicial dos candidatos. A vice-presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Elaine Saad, destaca que o processo não é recomendável para fases finais da seleção. "Não tem como escolher um profissional sem interação pessoal, fica muito arriscado", afirma.

Juliana Alvarez, gerente da empresa de recrutamento Page Personnel, concorda e faz ressalvas: "O candidato pode ter um vídeo maravilhoso que ele regravou 15 vezes, mas ao vivo pode não ser tão espontâneo".

ENQUANTO MAIS, MELHOR

Outro processo seletivo inusitado é o da empresa Vagas.com. A companhia é totalmente horizontal, não há nenhum tipo de hierarquia ou poder de comando.

Na entrevista de emprego não poderia ser diferente: para contratar um candidato, os entrevistadores têm de chegar a um consenso. Nem sempre é fácil: as entrevistas finais, que eles chamam de "fórum", chegam a ter mais de 15 pessoas da empresa.

A especialista em RH da empresa, Viviane Candido, passou pelo método. "Quando cheguei, fiquei bastante intimidada, mas eles perceberam que estava nervosa e mudaram o tom: fizeram perguntas pessoais e contaram histórias engraçadas para que eu ficasse mais à vontade", conta.

Participam do "fórum" apenas dois ou três candidatos finalistas, que, antes disso, passam por outras etapas de triagem. Não poderia ser diferente, uma vez que o processo pode durar até dez horas, em um mesmo dia.

"A decisão tem que ser acordada por todos, não vale votação. Já aconteceu de não chegarmos a um consenso e decidirmos só no dia seguinte", diz Viviane.

Um dos principais pontos avaliados são os valores do entrevistado. "Precisamos de alguém que se sinta bem dentro do modelo horizontal que propomos", diz.

 

Publicidade

 
Busca

Encontre vagas




pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag