Para autor, líder deve manter funcionários em 'desequilíbrio'
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
O autor Clemente Nobrega se apresenta atualmente como pesquisador de gestão e estratégia. Sua formação, no entanto, é de pesquisa em outra área: física nuclear.
Ele trabalhou durante anos fazendo projeções para usinas nucleares antes de ir para a iniciativa privada trilhar carreira de executivo e autor de livros sobre gestão.
Paula Giolito/Folhapress | ||
O escritor Clemente Nobrega em sua casa, no Rio de Janeiro |
Mas nunca largou a ciência: ele traça analogias entre administração de pessoas e a física. Em entrevista à Folha, explica algumas dessas metáforas, presentes no livro "A Intrigante Ciência das Ideias que Dão Certo" (Ed. Alta Books, 192 págs., R$ 39,90).
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DESEQUILÍBRIO
Há semelhanças entre o funcionamento de empresas e de sistemas dinâmicos na natureza, como uma célula ou uma flor.
A essência de ambos é o desequilíbrio. Se todos os elementos são homogêneos, com a mesma temperatura, não há troca entre eles e tudo fica estagnado, imutável, ou seja, equilibrado.
Para que haja movimento, troca entre os elementos, é necessário injetar energia.
Em gestão de empresas, o equivalente da energia de fora que estimula o movimento do sistema é a liderança.
É uma pessoa que interfere para manter a empresa desequilibrada, ou, em outras palavras, não acomodada.
O bom líder é aquele que sabe estimular as diferenças entre cada funcionário para que haja trocas, em vez de moldar todos para pensar igual e produzir sempre o mesmo resultado.
AMBIENTE
Outra analogia não é com a física em si, mas o desenvolvimento dela. Na história, as boas ideias não são desencadeadas por indivíduos, mas por ambientes propícios.
Albert Einstein só desenhou a teoria da relatividade porque havia conhecimento suficiente em física para que ele chegasse a ela.
No mundo dos negócios é igual. Se alguém quisesse fazer o YouTube nos anos 1990, não conseguiria. Não existia banda larga que permitisse assistir a vídeos on-line.
Para que uma ideia de negócio se realize, é preciso que as condições existam.
EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES
É comum que os fundadores queiram que a empresa seja eterna. Mas a realidade é que um negócio fica na crista da onda por um período, mas, 50 anos depois, provavelmente terá sido substituído por algo novo, melhor.
Esse entra e sai de empresas na economia gera riqueza, produtividade. Assim como a evolução gera a diversidade de espécies.
As corporações que duram, na verdade, se adaptam. Elas aprendem a fazer coisas diferentes para atender uma nova necessidade. As empresas precisam aprender a mudar para sobrevive
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