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11/08/2015 - 13h48

Brasileira é única mulher competindo em categoria de olimpíada de profissões

FERNANDA PERRIN
DE SÃO PAULO

A abertura da WorldSkills, olimpíada de profissões técnicas e maior evento do mundo sobre ensino profissionalizante, acontece nesta terça (11), em São Paulo. Entre os dias 12 e 15, brasileiros competirão com delegações de outros 61 países em 50 categorias, como tecnologia automotiva, soldagem e web design.

Vanessa de Lourdes da Silva, 18, representa o Brasil na ocupação construção de estruturas para concreto, categoria organizada pela primeira vez na olimpíada. Ela é a única mulher competindo nessa prova.

Na delegação brasileira, ela é uma das seis estudantes mulheres, de um total de 56 competidores.

Aos 16 anos, a jovem de Alta Floresta (MT), iniciou um curso técnico em edificações no Senai por influência dos irmãos mais velhos, que estudavam engenharia. Ela conta que os pais nunca estranharam a escolha de carreira e sempre a incentivaram.

Carlos Conde/Divulgação
Competidores brasileiros na WorldSkills 2015
Vanessa de Lourdes da Silva, 18, que representa o Brasil na categoria construção de estruturas para concreto na WorldSkills

Desde o ano passado, ela treina para a WorldSkills e estuda engenharia elétrica na Universidade de Cuiabá. Diferentemente de outros competidores brasileiros, ela não trancou a faculdade para se dedicar ao treinamento. Por ser bolsista do ProUni, parar a faculdade faria com que ela perdesse o benefício.

A graduação em engenharia, contudo, não é uma vantagem nas provas, diz Silva. "As matérias da faculdade não me ajudam muito porque são muito introdutórias."

Apesar da formação técnica, voltada para o mercado de trabalho, a jovem nunca trabalhou. "Nunca tive tempo", afirma, na contramão do estereótipo de estudantes que buscam o ensino profissionalizante por já estarem no mercado de trabalho, ou precisarem de um emprego rapidamente.

Ela conta que os colegas de faculdade sempre estranharam o envolvimento dela com o Senai –quando tinha que faltar em dias de prova para se preparar para as competições, por exemplo.

Para ser selecionado para a WorldSkills, por exemplo, um estudante passa por etapas municipais, estaduais e nacional, chamada de Olimpíada do Conhecimento, provas que têm pouca visibilidade fora da instituição.

"Eles não têm a menor ideia do que a gente faz lá." Para Silva, falta divulgação externa das atividades organizados pelo Senai.

Depois da olimpíada, Silva pretende treinar competidores de outros estados para disputarem na categoria de construção de estruturas para concreto, fazer um curso de marcenaria e trocar a graduação em engenharia elétrica por engenharia civil.

A OLIMPÍADA

Esta é a primeira vez que a competição acontece na América Latina. A primeira edição foi organizada na Espanha, em 1950, e desde então ocorre a cada dois anos.

Em sua 43ª edição, o evento terá a participação de 1.200 competidores de 62 países, que disputam medalhas de ouro, prata, bronze e certificados de excelência em 50 categorias diferentes, que vão desde mecatrônica a pintura automotiva.

A delegação brasileira é composta por 56 jovens, sendo 50 estudantes do Senai e seis do Senac. São, em sua maioria, homens (há apenas seis mulheres) com até 22 anos de idade, selecionados em torneios municipais, estaduais e na etapa nacional, chamada de "Olimpíada de Conhecimento", organizados pelas entidades ligadas à CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Os competidores recebem treinamento, que pode envolver viagens internacionais, mentoria e, dependendo do caso, apoio financeiro do Senai.

O evento acontece no Anhembi e a entrada é gratuita. A organização estima que 200 mil pessoas devem passar pelo local.

 

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