Empresária vende moto do marido e cria rede de clínicas de estética milionária
FERNANDO SILVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Atualizado em 08/09/2015 às 20h20.
Uma experiência na adolescência, um projeto de faculdade e a moto do marido. Estes foram os ingredientes para Marisa Peraro criar a empresa de cirurgias e estética que faturou R$ 54 milhões no ano passado.
Em seu escritório na Bela Vista, no centro de São Paulo, Peraro, 38, resume sua forma de negociar: "Eu sempre fui muito louca."
O primeiro empreendimento da paranaense foi na adolescência. Criada em Londrina e apaixonada por literatura, aos 17 anos estava emancipada dos pais e era dona de uma livraria que alugava e vendia livros na cidade.
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress | ||
Marisa Peraro, que vendeu a moto do marido para começar negócio de R$ 54 milhões |
O espaço, onde ela organizava até cafés filosóficos, fechou em 2000, mas a experiência guiou Peraro na escolha de uma profissão. "A empresa estava entrando em dívida bancária, pois não sabíamos comprar.
Empreendi antes da faculdade e, quando comecei a estudar, já era tarde demais. A loja faliu."
Ela estudou administração na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e aproveitou o trabalho de conclusão do curso para desenvolver o projeto da Pró-Corpo, uma empresa de estética.
Mas ele só saiu do papel graças à venda da moto Honda CBR de 1.100 cilindradas que o seu marido, Daniel, usava para trabalhar.
Os R$ 17 mil obtidos com o negócio e mais R$ 5.000 emprestados pelo marido foram o ponto de partida para o segundo empreendimento da então recém-formada.
A Pró-Corpo começou em 2006, intermediando cirurgias plásticas. Peraro negociava procedimentos, feitos em hospitais, e atendia os clientes no pré e pós-operatório em consultórios alugados em um prédio no bairro da Bela Vista.
Peraro tinha duas funcionárias e ia às ruas tentar encontrar potenciais clientes. "Se o telefone não tocava, eu descia para panfletar", relembra a empresária.
Hoje, a Pró-Corpo tem oito lojas próprias e seis franqueadas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
NOVA TROCA
De olho no mercado de estética, Peraro decidiu aproveitar a onda da depilação a laser e investiu no tratamento de beleza.
Em 2008, ela comprou uma máquina por R$ 180 mil. Tão logo quitou o valor, instalou a segunda. Mas na hora de investir no terceiro aparelho, um ano depois, não tinha recursos suficientes.
Então, teve uma ideia: sugeriu à importadora trocar o equipamento pela BMW do marido. "Daniel só percebeu quando o negócio estava feito", diz a empresária.
Os próximos planos incluem expandir a rede para 30 lojas até o fim de 2016 e aumentar as vendas on-line. Ela prevê comercializar R$ 150 mil mensais na loja virtual de procedimentos estéticos, programada para este ano.
A estimativa generosa vem do público da rede, em sua maioria das classes B e C, que seguem gastando, segundo Luiz Perez, 33, diretor de marketing e novos negócios.
Ele afirma que a empresa cresceu 103% em junho, comparado com o mesmo mês do ano passado.
"Há uma migração dos gastos de cirurgias plásticas para tratamentos estéticos. As pessoas seguem investindo em beleza, mas de forma diferente", diz a empresária.
+ Erramos
- Diferentemente do informado, a rede Pró-Corpo não vende procedimentos de bronzeamento artificial. O texto foi corrigido.
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