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15/11/2015 - 01h00

Espaços amplos ajudam a distribuir o trabalho entre as equipes

BRUNO VIEIRA FEIJÓ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No mundo todo estão surgindo empresas que abrem mão da hierarquia e eliminam cargos como os de gerente e diretor.

Chamado de holocracia, o modelo extingue a tradicional estrutura no formato pirâmide, em que o poder vem de cima para baixo. Em vez disso, a empresa passa a funcionar em células de trabalho semi-independentes.

É o caso da Vagas.com, portal que faz a intermediação entre empresas e candidatos em busca de vaga. "Não há executivos; divisão de tarefas e prazos são decididos por consenso", explica o fundador, Mário Kaphan.

Os funcionários não precisam buscar a aprovação de chefes para cada mudança de direção e decidem sozinhos como executar as tarefas. O resultado, diz Kaphan, é uma relação de trabalho mais integrada e produtiva.

A holocracia é a consequência mais radical e recente da quebra de hierarquia no mundo corporativo. Mas simplificar processos, diminuir estruturas, derrubar paredes e divisórias no escritório é um caminho sem volta para as empresas. "Há evidências concretas de que as companhias organizadas em torno de equipes pequenas e autônomas são mais ágeis do que as grandes", diz José Cláudio Securato, presidente da escola de negócios Saint Paul.

RISCO

Essa mudança está no centro de uma revolução que, de acordo com especialistas, marcará o fim da era da liderança autoritária.

Segundo estudo da empresa americana de coaching Tanveer Naseer Leadership, as atitudes mais procuradas num executivo para ambientes colaborativos são aceitar que ele não está no controle, desenvolver outros líderes em todos os níveis da companhia e encorajar o risco.

"O líder colaborativo permite que seus subordinados assumam mais responsabilidades na tomada de decisão e tem a coragem necessária para confiar nos acertos e erros da equipe", diz Securato.

A tendência, segundo ele, é que a maioria das empresas migre para um estilo de gestão intermediário entre a hierarquia tradicional e a holocracia, criando ambientes de trabalho planos e colaborativos, mas sem abandonar a estrutura de cargos.

INFLUENCIADOR

É o caso do Walmart.com, que adaptou alguns conceitos da gestão horizontal.

A sede da companhia, em Alphaville, na Grande São Paulo, é formada por salões enormes, abertos e transparentes, capazes de abrigar centenas de profissionais. Todos se veem e compartilham espaços e equipamentos. Um estagiário pode dividir a mesa do café com os diretores.

"Se antes cabia ao executivo instruir e cobrar os subordinados, hoje ele é, quando muito, um influenciador privilegiado", segundo Marco Lucio Moreira, que é vice-presidente de tecnologia e logística do Walmart.com, braço de vendas on-line da varejista americana.

"Estou aqui para facilitar o trabalho dos outros", diz ele, que em nada lembra o padrão de executivo tradicional.

Quem trabalha ali conta que Moreira não para sentado por muito tempo. O ambiente aberto, diz ele, também permite que os funcionários recém-chegados possam ouvir e aprender rapidamente com os mais experientes.

EVOLUÇÃO DO TRABALHO

Quatro modelos de gestão mais adotados nas empresas

Hierarquia tradicional
Tem formato de cadeia de comando inspirada em organizações militares. Sua vantagem está na manutenção do status quo e na concentração de decisões no alto escalão

Holocracia
Elimina departamentos e cargos como gerente ou diretor. Não há chefes. A empresa funciona em células semi-independentes. Divisão de tarefas e prazos são decididos por consenso

Estrutura horizontal
Estimula a colaboração entre funcionários ao simplificar o organograma. Exige alto investimento em tecnologia para tornar as informações acessíveis em qualquer lugar, a qualquer hora

Holarquia
Usado por firmas com hierarquia, mas que aceitam equipes auto-gerenciáveis em estruturas horizontais independentes. Exemplos: incubadoras de negócios e departamentos de inovação

 

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