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15/11/2015 - 01h00

Executivos que transitam entre diferentes áreas são valorizados por empresas

MICHELE LOUREIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se na hora de prestar vestibular existe uma divisão clara entre as áreas de exatas, humanas e biológicas, no mercado de trabalho atual conseguir transitar entre as diferentes especialidades é uma vantagem competitiva para os executivos.

É cada vez mais comum encontrar matemáticos trabalhando com marketing e engenheiros à frente de departamentos de recursos humanos, por exemplo.

"Com o enxugamento de estruturas hierárquicas, a extinção de cargos e a fusão de funções, o mercado passou a valorizar os chamados executivos híbridos, que aliam conhecimento das áreas de humanas e exatas", diz Eduardo Bahi, consultor na Thomas Case & Associados. "Em tese, eles são mais preparados para assumir múltiplas atividades dentro de companhias em constante reestruturação."

Algumas empresas chegam a criar programas que incentivam a rotação de funções. A ideia é ampliar os planos de carreira e preparar futuros gestores para um entendimento mais estratégico do negócio.

Bruno Santos/Folhapress
Melanie Frutig, gerente de vendas da Electrolux, na sede da empresa no bairro Chácara Santo Antônio, em São Paulo
Melanie Frutig, gerente de vendas da Electrolux, na sede da empresa no bairro Chácara Santo Antônio, em São Paulo

"Antigamente, o trabalhador era encaixado num departamento e quase não precisava interagir com outras áreas da companhia. Hoje é o contrário", diz Adriana Cambiaghi, diretora da consultoria em recursos humanos Robert Half. "É essencial que os funcionários tenham interesses que não apenas os de suas profissões de origem e formação."

MISTURA

Abel Reis, 53, credita ao seu currículo generalista o convite que recebeu para ser CEO da Dentsu Aegis Network, um dos maiores conglomerados de agências de marketing do mundo, com 13 empresas e 1.400 funcionários no Brasil.

O executivo é graduado em filosofia, tem mestrado em engenharia de sistemas e doutorado em comunicação e semiótica. "Desenvolver campanhas e atingir o público-alvo desejado ficou complicado demais para deixar só na mão de publicitários", diz Reis. "Lidamos com uma indústria complexa que precisa da diversidade de conhecimentos, experiências e formação."

Na Dentsu, há biólogos que chefiam setores de publicidade e jornalistas à frente da área de engenharia.

Quando decidiu cursar hotelaria na faculdade, Melanie Frutig, 31, nem cogitava migrar para a área de vendas. Nos primeiros cinco anos de carreira, ela trabalhou hotéis no Brasil e na Austrália. Mas um convite para atuar num novo negócio da Sodexo, companhia que administra benefícios e tíquetes de alimentação, mudou sua perspectiva.

A empresa estava iniciando um serviço de refeição coletiva em hospitais e buscava profissionais para implantar processos de excelência comuns aos hotéis de alto padrão. "Foi minha primeira imersão no mundo dos negócios", diz Melanie.

De lá pra cá, o planejamento de ações estratégicas e o acompanhamento de métricas viraram uma constante na sua vida.

Em 2009, Melanie ingressou na Electrolux para atender a área de vendas de fogões e geladeiras para hotéis. A prospecção de clientes deveria acontecer pela internet. "Na época, me faltava embasamento técnico para medir os resultados de campanhas on-line." Ela decidiu se matricular em dois cursos de pós-graduação: finanças e marketing digital.

"O ambiente digital requer decisões rápidas, baseadas em estatísticas geradas em tempo real", diz Melanie. Hoje, ela responde por quatro canais digitais da Electrolux, que recebem em torno de 10 milhões de visitantes por ano.

 

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