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15/11/2015 - 01h00

Presença feminina no alto escalão corporativo avança, mas a passos lentos

ADRIANA FONSECA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No mundo, só 17 mulheres foram contratadas como presidente de empresa em 2014.

O dado faz parte de um levantamento feito pela consultoria Strategy& com as 2.500 maiores companhias de capital aberto do planeta. Essas 17 CEOs representam 5,2% do total de novos presidentes nomeados no ano passado.

Divulgação
Claudia Sender, presidente da TAM, em evento sobre empreendedorismo
Claudia Sender, presidente da TAM, em evento sobre empreendedorismo

O número, apesar de baixo, é um avanço. Em 2013, a proporção era de 3,1%. "Vemos mais mulheres na média e alta gestão e, com isso, aumenta o 'pool' de profissionais prontas para o cargo de CEO", diz Carlos Eduardo Gondim, sócio da Strategy&.

Para o futuro, a consultoria é otimista e espera que, até 2040, 33,3% dos novos CEOs sejam do sexo feminino. A explicação, segundo Gondim, está na relação entre a quantidade de mulheres que vem assumindo a presidência das empresas e a média das que deixam o posto. "No ano passado, entraram 75% mais mulheres do que saíram; em 2013, foram 70%."

TENDÊNCIA GLOBAL

A presença feminina aumenta em todos os setores da economia, ainda que esteja mais acelerada em alguns países e segmentos. Canadá e EUA estão entre as economias mais avançadas nesse tema, enquanto no Japão o crescimento é mais lento.

O Brasil não está em nenhum extremo. No estudo, está com a China e a Índia, onde 1,6% dos postos de CEO dos últimos dez anos foram ocupados por mulheres.

Por setor, tecnologia da informação (TI), bens de consumo e mídia têm maior participação delas nas nomeações para o topo da hierarquia. No extremo oposto está o segmento de materiais e insumos, como mineradoras e indústrias químicas.

"Setores com maior entrada e saída de profissionais, como o de TI, promovem a inserção de mulheres na presidência mais rapidamente", diz Gondim.

Presidente da TAM, Claudia Sender, 40, é uma das raras mulheres que chegaram à presidência de uma empresa no Brasil. "Eu me preparei para uma carreira executiva", diz. "Cheguei à presidência da TAM pelo meu histórico de resultados e estratégias no longo prazo. A habilidade de trabalhar com muitas pessoas diferentes também pesou bastante."

GARANTIA DE IGUALDADE

Sem dar detalhes, a executiva diz ter enfrentado obstáculos em sua trajetória de carreira por ser mulher. "Mas os obstáculos não resistem à competência", afirma.

Questões intrínsecas à gestão de uma grande companhia, diz ela, são as mesmas para homem e mulher. "Fundamental é o preparo para ocupar um cargo dessa responsabilidade, e a garantia na igualdade de oportunidades e remuneração."

Andrea Menezes, 54, também chegou lá. Presidente do banco sul-africano Standard Bank no Brasil, ela entrou na empresa em 2008. Na época, era responsável pela venda de produtos financeiros.

Em 2011 foi promovida a tesoureira. Em 2012, percebeu que o banco seria fechado ou vendido no Brasil e deu um salto. "Vi que o CEO da época não iria fazer esse trabalho, então me candidatei a fazê-lo e virei presidente." Teve que demitir cem pessoas e rever a estratégia de atuação do banco. "Nunca pensei em cargo, sempre busquei coisas novas para fazer."

 

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