Com humor, autora explora casos "bizarros" do mundo corporativo

Vania Ferrari, 44, começou a trabalhar aos 16 anos. As experiências vividas em grandes empresas, com passagens em áreas que vão da comunicação interna às finanças, formam o enredo de "Crônicas do Bizarro Mundinho Corporativo", seu segundo livro, lançado neste mês.

Ela já avisa no primeiro capítulo: "Isso Aconteceu Comigo". E imagina que muitos leitores pensarão o mesmo ao lerem sobre as situações que ilustram a difícil arte de se relacionar com pessoas no mundo do trabalho contemporâneo.

"Depois que escrevi meu primeiro livro ["Manual de um Gerente a Beira de um Ataque de Nervos"], recebi muitas mensagens de leitores relatando assédios, despreparo e desespero nas organizações. Por isso decidi escrever outro livro", diz.

	Arquivo Pessoal
	A escritora Vania Ferrari

A abordagem de Ferrari é sempre a partir do humor –ela realiza treinamentos em empresas em áreas como controle de qualidade ou relacionamento com clientes adotando o formato da comédia stand-up.

PÍLULAS INSPIRACIONAIS

No livro, ela faz graça com situações constrangedoras ou críticas vividas por ela, como ser humilhada por não saber quem é uma celebridade internacional (do tênis, o esporte) que toda a diretoria conhece ou ouvir o colega que passou a reunião zapeando o celular perguntar sobre algo que já foi dito.

Ferrari também questiona o lugar-comum de conselhos como "Você precisa ser mais político". E distribui pílulas inspiracionais com citações de filósofos e artistas.

Frases do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), do cantor Criolo, do cineasta espanhol Pedro Almodóvar e do músico jamaicano Bob Marley (1945-81), entre outros, abrem cada capítulo do livro.

O objetivo, afirma Ferrari, é inspirar os profissionais a serem mais felizes na carreira que escolheram.

"Vivemos um momento em que as pessoas estão revendo os motivos para trabalharem. Elas querem se sentir realizadas, mas, quando chegam nas empresas, muitas vezes encontram um modelo que não permite isso."
Ferrrari, aponta os dois lados da moeda nessa crise no modelo de trabalho.

Ela afirma que "85% das pessoas pedem demissão por causa do chefe", para em seguida acrescentar: "A nova geração de profissionais junta excesso de arrogância com falta de experiência. É uma geração criada no carpete da avó, no macio", diz.

À Folha ela afirma que, apesar das bizarrices descritas no livro, "É possível ser feliz no mundo corporativo quando o profissional coloca sua inteligência e seu inconformismo a serviço tanto da própria carreira quanto da empresa em que trabalha".

CRÔNICAS DO BIZARRO MUNDINHO CORPORATIVO
AUTORA Vania Ferrari
EDITORA Texto e Textura
QUANTO R$ 45 (80 págs.)