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17/04/2016 - 02h00

Para enfrentar seleção, candidato a estagiário deve pesquisar a empresa

GUILHERME CELESTINO
DE SÃO PAULO

Grandes empresas estão com processos seletivos abertos para preencher vagas de estágio com estudantes de todas as áreas.

Fazer um estágio ainda é a principal porta de entrada para as empresas. "Independentemente da crise, companhias estão sempre buscando estagiários", diz Manuela Costa, 32, gerente executiva da recrutadora Page Talent.

Para enfrentar a seleção é importante que o estudante pesquise sobre a empresa, seu setor de atuação e até mesmo concorrentes. Dessa forma, chegará preparado para a dinâmica e as provas.

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 14.04.2016 - Estagiaria Lidia de Paiva Rocha que trabalha no RH do Santander e entrou no ano passado apos processo seletivo.. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, COTIDIANO)
Estudante de psicologia Lidia Rocha, 20, no Santander, em São Paulo

Foi o que fez Lidia Rocha, 20, estudante do quarto ano de psicologia na Metodista e estagiária há oito meses no setor de RH do Santander.

"No primeiro momento estudei muito o banco, seu posicionamento em relação aos concorrentes e sua visão em relação ao cenário político e econômico", diz Rocha.

Com o conteúdo, Rocha preparou uma apresentação e se gravou em vídeos para avaliar a sua performance.

"Queria treinar minha postura e ver se a fala estava clara, se conseguia explicar o tema. Quando gaguejava, repetia até ficar bom", diz.

Já Zeca Borghi, 20, estudante de administração na Fundação Getulio Vargas, diz que o conhecimento dos valores e cultura da Ambev foi o que garantiu seu estágio no setor de marketing da Skol, braço da empresa de bebidas.

Ele foi selecionado após um fim de semana de atividades organizado pela empresa para preencher sete vagas entre 79 concorrentes.

"Pesquisei as marcas da empresa e o posicionamento no mercado", diz Borghi.

Larissa Meiglin, 27, supervisora da empresa de recrutamento Catho, lembra que é importante investir não apenas no conteúdo, mas também na aparência.

"Mesmo que o ambiente seja informal, é importante passar uma imagem de profissionalismo. O jovem não precisa usar calça social e terno, mas usar uma camisa é indispensável", diz.

Caso o pior aconteça e a resposta seja negativa, é importante encarar a recusa com naturalidade, afirma Costa, da Page Talent.

"Nas seleções, o jovem recebe uma série de informações para saber se aquela empresa é mesmo a melhor para ele. Ainda que não seja convocado, o processo pode contribui como experiência para outros recrutamentos".

RESPONSABILIDADES

Dentro da empresa, o estagiário não é mais visto apenas como um aprendiz. Muitas dão ao jovem responsabilidades equivalentes às de um funcionário efetivado.

Para Thiago Souza, 37, gerente de RH da Raízen, empresa de energia, o estagiário também será cobrado por resultados. "Ainda que o jovem esteja lá para aprender, nossos estagiários são estimulados a dar ideias e tomar decisões dentro dos projetos".

Para Bruno Turra, 46, diretor de RH da Falconi, consultoria de resultados, o mais importante é o aprendizado na prática. "O estagiário vai participar da análise, implementação de planos de ação e encarar as dificuldades."
Um dos desafios é manter a produtividade no escritório sem afetar os estudos.

Pedro Lorenzetti, 23, estagia das 9h às 16h no RH da Raízen. Todo dia ele vai para casa, estuda e parte para as aulas do último ano de relações internacionais da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), que começam às 19h30.

"Quando tenho provas mais difíceis peço para o meu supervisor para trabalhar apenas meio período."

A mesma estratégia é adotada por Rocha, estudante de psicologia, que periodicamente precisa cumprir carga horária em escolas e clínicas para a universidade. Nesses dias, ela pede licença do estágio no RH do Santander.

EFETIVAÇÃO

Para quem quer garantir uma vaga após o período de estágio, uma boa estratégia é transitar pelas diferentes áreas da empresa.

"Assim outros gestores podem conhecer e se interessar pelo seu trabalho", diz Fabíola Porto, 35, responsável pelo programa de estágios da Embraco, empresa de compressores de refrigeração.

Souza, da Raízen, afirma que construir esse relacionamento com os demais gestores ajuda apenas se ele for qualitativo e profissional.

"Não adianta ser o amigão de todos e pensar que assim vai ser efetivado. É preciso conquistar as relações com base em trabalho bem feito, em metas realizadas", diz.

O primeiro passo é deixar claro para seu chefe suas ambições de efetivação dentro da empresa, para que ele possa indicar as estratégias a serem adotadas e mesmo se aquele é o setor com maiores chances de abrir uma vaga.

Lorenzetti, estagiário da Raízen, já teve essa conversa com seu supervisor. Com as orientações recebidas, diz ter melhorado seu desempenho.

"O mais importante é buscar feedback do supervisor sobre o seu trabalho e como desenvolver pontos falhos".

Costa, da Page Talent, também ressalta a importância das avaliações. "Ser aprovado para o estágio é só a primeira peneira, o profissional tem que manter o engajamento o tempo inteiro se quiser ficar", afirma.

Veja lista de empresas com vagas abertas folha.com/no1736699

 

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