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29/05/2016 - 01h00

Concursos podem ter concorrência 43 vezes maior que medicina na Fuvest

ANNA RANGEL
DE SÃO PAULO

O último concurso da Petrobras Distribuidora, que aconteceu no início de 2015, recebeu quase 123 mil inscrições para preencher apenas 47 vagas. Foram 2.610 pessoas para cada posição aberta pela estatal.

Para efeito de comparação, o curso de Medicina da USP conta com 58,75 candidatos por vaga no vestibular -uma diferença de 43 vezes, levando em conta um dos cursos mais disputados da universidade.

Entre os certames mais disputados estão os de estatais como a Petrobras, Caixa Econômica, INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), Receita Federal e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

As carreiras jurídicas, de técnico judiciário a juiz em órgãos como o Ministério Público, tribunais estaduais e até o STF (Supremo Tribunal Federal), que realiza provas para analistas e profissionais em nível médio e superior, também figuram entre as mais procuradas.

Para o diretor pedagógico dos cursos preparatórios Damásio de Jesus, Darlan Barroso, se o candidato quer mirar em um dos concursos campeões de concorrência, é importante escolher o cargo desejado muito antes da divulgação do edital.

Acervo Pessoal
Bruno Magalhães D'Abadia, que passou em um dos concursos mais concorridos do BrasilCrédito: Acervo pessoal
Bruno Magalhães D'Abadia, que passou em um dos concursos mais concorridos do Brasil

Consultando editais anteriores, é preciso elaborar um plano de estudos básico que dure pelo menos seis meses. "Há disciplinas básicas: português, informática, raciocínio lógico e matemática. Muitos acham que devem esperar sair o edital. Isso não adianta. Depois que o documento é divulgado, o candidato deve estudar apenas as disciplinas específicas", explica.

Outra dica do especialista é conhecer bem o organizador da prova (Cespe-UnB, Cesgranrio, Vunesp, entre outras) para saber quais as "pegadinhas" favoritas e evitar erros.

Para o consultor legislativo Bruno D'Abadia, 29, todo o conhecimento acumulado pode ajudar na preparação para o concurso. "Mas também não passa só estudando umas horinhas três meses antes", diz.

Para o concurso da Câmara dos Deputados, no qual foi aprovado no final de 2014, a preparação começou um ano antes. "Trabalhava no TCU e fazia mestrado, então dedicava cerca de uma hora por dia", explica.

CONCORRÊNCIA ALTA - Concursos públicos chegam a ser 43 vezes mais disputados que prestar medicina na Fuvest

Três meses antes, o engenheiro tirou férias do trabalho e trancou matérias na universidade para se dedicar à prova em tempo integral. "Era uma única vaga, então não havia espaço para erro", diz. "Um amigo muito inteligente optou por viajar no feriado, por exemplo, e acabou não passando por três posições".

A média de horas de estudo fica entre 6 a 8 horas diárias para vagas de nível superior e deve incluir, além do conteúdo, treino. Por isso, muitos optam por largar o emprego e se dedicar aos estudos em tempo integral.

"Há carreiras que são quase um projeto de vida. Tem gente que larga tudo, emprego, a vida, e vai estudar. E consegue. Só que ninguém deve se iludir: não se passa estudando só na reta final. E quase ninguém passa no primeiro concurso, tem que ser insistente", diz Barroso.

 

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