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29/05/2016 - 01h00

Cadastro de reserva é boa opção para quem quer vaga no setor público

REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de uma longa carreira em bancos, o economista Alexandre Hallais, 41, resolveu mudar de rumo. Foi estudar direito para tentar uma vaga no funcionalismo público. Para se preparar, decidiu fazer os concursos públicos com cadastro de reserva.

Nessas provas, não há vagas para posse imediata. Os candidatos são nomeados apenas quando os postos ficam vagos ou quando surgem novas posições dentro dos órgãos públicos. Cada edital traz o número de vagas para cadastro, mas é apenas uma previsão de quantos profissionais podem ser chamados durante a validade do concurso público, que pode chegar a vários anos.

"Vou fazer meu quarto concurso, agora para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, como oficial de justiça de apoio. Já me sinto muito mais preparado e aos poucos estou criando uma lista de opções de escolha para quando os órgãos começarem a chamar os candidatos para trabalhar", afirma.

Segundo os cursos preparatórios ouvidos pela Folha, a concorrência nos processos seletivos com cadastro de reserva é a mesma daqueles com contratação imediata porque há muitos concursos que misturam as duas formas no edital e também porque vários órgãos públicos têm déficit de funcionários.

"Existem inúmeros casos em que o concurso tem no edital duas, três vagas, mas, durante o prazo de validade são chamados mais de dez candidatos", afirma André Barbieri, advogado e professor do Aprova Concursos. "E são grandes as chances de que, durante a validade do edital, surjam novas vagas, seja por exonerações ou aposentadorias."

Hallais afirma ter prestado alguns concursos em que os editais duram até quatro anos após a prova. Para não ficar em uma fila de espera sem chances de convocação, ele estuda o histórico de contratações de cada instituição nos diários oficiais. "Há casos de órgãos que postergam até o prazo vencer", conta.

Eduardo Anizelli/Folhapress
CAMPINAS, SP, BRASIL, 27-05-2016, 12h30: Retrato do personagem Alexandre Dos Santos Hallais, para uma pauta sobre concursos publicos voltados para instituicoes com cadastro de reserva, que costumam ser vistos com certo desdem pelos concurseiros por nao ser uma prova com garantia de chamada. Alexandre vai fazer para o TJMG e antes estudou o historico da instituicao para verificar se chamam candidatos reserva. Ele estuda cerca de 5 horas por dia. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, SUP-EMPREGOS) ***EXCLUSIVO***
Alexandre Hallais, que usou os concursos para cadastro de reserva como "treineiro" para se preparar

REPESCAGEM

Formada em ciências atuariais, Isabela Oliveira Corrêa, 39, já tem uma bagagem de sete concursos públicos prestados, sendo que dois com cadastro de reserva.

Recentemente, ela conseguiu entrar na lista reserva para o cargo de auditor de controle externo do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás.

"O cadastro de reserva pode ser uma segunda oportunidade, uma espécie de repescagem", diz.

Corrêa também vê essas provas como um "trampolim" para o órgão que mais deseja, o Tribunal de Contas da União. "Mesmo não sendo o cargo dos seus sonhos, você está concorrendo a uma vaga e isso pode antecipar a sua entrada no serviço público e servir de trampolim para algo melhor", afirma.

Perto da data das provas, Corrêa chega a estudar dez horas por dia e conta com o atendimento de um "coach" para estabelecer metas de estudos e rotinas.

O "coach" Igor Oliveira, que trabalha na Ponto dos Concursos, diz que muitos concurseiros erram por ter uma visão imediatista e ignorar opções como o cadastro de reserva por não haver garantias de convocação.

"Há casos de instituições públicas em que muitos reservas foram chamados e nomeados nas seleções passadas, como carreiras do Legislativo, na Câmara e no Senado, por exemplo", diz.

O professor Barbieri também lembra que, em cidades de menor porte, as seleções com cadastro de reserva podem ser menos concorridas. "Mas é sempre válido verificar como foi o concurso anterior, quantas pessoas foram chamadas e qual o histórico das provas da banca organizadora", diz.

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