Empresas se reorganizam em busca de espaço para gestores mais agressivos
ADRIANA FONSECA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A rotina de trabalho de Adriana Scanavaca, 34, inclui visitas regulares aos clientes -que, no caso dela, são grandes redes de supermercado, como Carrefour e Extra.
O objetivo dos encontros com gestores dessas empresas é pensar em ações que aumentem as vendas e a rentabilidade da marca que ela representa, a fabricante de pão de queijo Forno de Minas.
Scanavaca, que se formou em engenharia de alimentos, ocupa o cargo de gerente nacional de vendas desde maio, mas trabalha na área há dez anos, sempre em grandes empresas do setor de alimentos e bebidas. "Nunca mais saí porque adoro. É um trabalho muito dinâmico."
Profissionais como Scanavaca têm sido mais procurados pelo mercado. "Percebemos um crescimento de 50% nas posições trabalhadas na área comercial nos últimos três meses", afirma a headhunter Ana Carolina Rezende, gerente de negócios da consultoria de recrutamento Robert Half.
TROCA COM TROCO
Nem todas as empresas que buscam funcionários, porém, estão pensando em aumentar as equipes. Em alguns casos, o que se pretende é a substituição. "Profissionais mais agressivos, que caçam oportunidades, são os mais procurados", afirma Rezende. "A empresa investe nesse perfil para ganhar novos mercados na crise."
Para Carlos Guilherme Nosé, CEO do Fesap Group, especializado em seleção de executivos, as empresas querem profissionais com capacidade analítica aguçada para desenvolver as melhores vendas. "Vemos mais uma troca de equipe do que aumento dos quadros."
Ingrid Imanishi, 47, é gerente de soluções avançadas da Nice Systems e atua com desenvolvimento de negócios há 15 anos. Antes disso, trabalhava na sua área de formação: engenharia da computação. "Conhecia o software e tinha facilidade para identificar problemas dos clientes que seriam atendidos pela nossa tecnologia", diz a executiva.
Para ela, fazer a transição da área técnica para a de vendas foi fácil. "É preciso entender o ponto de vista do cliente para saber mostrar a ele o valor da solução", diz Imanishi.
Quem sobe na carreira consegue remuneração atraente. Rezende, da Robert Half, diz que com dez anos de experiência é possível chegar a um salário fixo de R$ 18 mil a R$ 30 mil por mês, mais um variável que soma aos rendimentos três ou quatro salários por ano.
Os setores que mais recrutam para área comercial hoje são agronegócio e bens de consumo -alimentos, bebidas, farmacêutico e cosméticos, segundo Nosé, do Fesap Group. Ele afirma que para se dar bem na área é preciso muita flexibilidade.
"Não adianta fazer as mesmas coisas que eram feitas três anos atrás, quando a economia estava melhor", ele diz. "É fundamental saber o que mudou no mercado e como isso causa impacto no dia a dia do cliente."
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GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS/VENDAS
SALÁRIO de R$ 18 mil a R$ 30 mil
O QUE FAZ leva novas oportunidades de negócios para a empresa e aumenta a rentabilidade de negócios já existentes
HABILIDADES agressividade, orientação para resultados, capacidade de organização
FORMAÇÃO diversas áreas
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