'Acampamento' internacional é vitrine de jovens estudantes

Reunir 60 pesquisadores de diversos países em um único local é estratégia da Novartis para sondar talentos da área de biotecnologia e conhecer as necessidades médicas de cada localidade.

Na 7ª edição do BioCamp (acampamento anual de biotecnologia), que ocorreu de 28 a 31 de agosto, na Basileia (Suíça), graduandos, mestrandos e doutorandos reuniram-se para assistir a palestras sobre inovação, empreendedorismo e mercado.

Entre os talentos presentes, estavam dois brasileiros: Arthur Andrade Nery, 28, doutorando em bioquímica e física biomolecular pela USP, e Keity Souza Santos, 32, pós-doutoranda em alergia e imunologia também pela USP.

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Arthur Andrade Nery e Keity Souza Santos, cientistas brasileiros que participaram do BioCamp da Novartis

Na programação, os participantes foram divididos em grupos e tiveram que elaborar projeto de negócio.

No último dia, três cientistas foram eleitos os melhores do acampamento, entre eles Nery. Os talentos, contudo, não serão necessariamente absorvidos pela empresa.

Após participar da primeira edição do evento, Eddy Wu, 31, pós-doutor em ciência pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, foi contratado para organizar o setor médico da farmacêutica no Japão.

Cinco anos depois, tornou-se diretor médico da sede da empresa, na Suíça. "Fui atrás dos gestores, pedi 'feedback', e as coisas aconteceram."

Atrair cientistas renomados é o principal objetivo da empresa, segundo Joseph Jimenez, CEO da Novartis. "Vamos aonde os talentos estão."

Encontrar boas oportunidades de trabalho em empresa privadas, contudo, ainda é difícil, afirma Nery. "O mercado para cientistas está mudando, mas ainda é escasso."

A pós-doutora Keity Santos concorda: "Já recebi proposta para ganhar R$ 3.000".

A jornalista viajou a convite da Novartis