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16/09/2012 - 10h28

Itaim lidera em velocidade de vendas

REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em um primeiro momento é natural pensar que, em um bairro com alta concentração de renda, os lançamentos imobiliários sejam vendidos mais rapidamente. Mas um estudo feito por ex-alunos da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) mostra que nem sempre as duas variáveis se interligam.

Durante o "boom" imobiliário na cidade de São Paulo, que ocorreu de 2008 a 2011, a velocidade de vendas de imóveis foi coerente com o poder aquisitivo dos bairros em 60% dos casos.

Pesquisa não garante êxito de vendas imobiliárias

Para 2012 e 2013, esse percentual deve cair devido a um excesso de lançamentos em determinadas áreas e a fatores como faixa etária e renda familiar, fazendo com que se torne essencial, para incorporadoras e construtoras, fazer pesquisas de mercado antes de lançar empreendimentos.

Essas são algumas das principais conclusões do estudo "Renda dos Domicílios Versus Velocidade de Venda: o Impacto no Desempenho de Comercialização nos Diferentes Bairros da Cidade de São Paulo", de autoria dos pesquisadores Israel Beigler e Wagner Laurindo Dias, que será apresentado na 12ª Conferência Internacional da Lares (Latin American Real Estate Society), que acontece de 19 a 21/9 em São Paulo.

O foco do trabalho, ao qual a Folha teve acesso com exclusividade, foi a velocidade de venda de imóveis residenciais de médio padrão (de R$ 300 mil a R$ 500 mil) no período de 2008 a 2011. Foram avaliados 55 bairros, onde a empresa Geoimovel mapeou cerca de 38 mil unidades.

O bairro campeão foi o Itaim Bibi, na zona oeste, com percentuais de vendas entre 71,47% e 100% no decorrer dos cinco estágios avaliados (lançamento, pós-lançamento, início de obras, início do desembolso do banco e aproximação do período de entrega das chaves).

O último colocado foi São Lucas, na zona leste, que atingiu 70% das vendas apenas no último estágio dos empreendimentos.

O que chama a atenção na pesquisa é a ascensão de bairros como Casa Verde, Brás e Pari, que no período analisado também tiveram mais lançamentos. Beigler afirma que outros fatores influenciaram. "Lançamentos mais antigos e regiões diferenciadas dentro do próprio bairro também mexem com as vendas."

Dias pondera que os bairros com menor renda e boa velocidade de vendas eram tidos como "fora de moda" no passado. "Havia uma escassez de lançamentos nesses bairros, que tinham o preço do metro quadrado bem inferior e pequena parte da população com renda acima de dez salários mínimos, o que fez com que os lançamentos tivessem ótimo desempenho de vendas", afirma.

Carolina Daffara/Editoria de Arte
 

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