Banco do Brasil fala em crédito imobiliário de 16% do PIB em 2020
REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O crédito imobiliário hoje atinge no Brasil cerca de 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto). O diretor de crédito imobiliário do Banco Brasil, Gueitiro Matsuo Genso, avalia que até 2020 esse tipo de crédito vai atingir 16% do PIB, o que vai significar R$ 1,5 trilhão disponíveis para financiamentos habitacionais.
Genso apresentou essa projeção durante a 12ª Conferência Internacional da Lares (Latin American Real Estate Society), que ocorreu na semana passada em São Paulo. Ele falou durante a plenária "Crédito Imobiliário: Esgotamento do Funding Tradicional? Novos instrumentos vão Vigorar no Curto Prazo?".
O Banco do Brasil não trabalhava com crédito habitacional até 2008, quando criou uma diretoria específica para isso, a Dimob. O banco utiliza o funding de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), além dos recursos da caderneta de poupança, e neste mês também vai lançar as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) para captar mais recursos.
"Com a queda da taxa de juros é possível usar mais opções, que ficaram mais atrativas para obter recursos para o financiamento habitacional", disse Genso.
USO DE COMPULSÓRIOS
Outro convidado do debate foi José Roberto Machado Filho, diretor-executivo de crédito imobiliário do Santander. Ele contou que o banco já usa as LCIs desde janeiro, mas apontou cenários de preocupação.
"Trabalhamos hoje com um cenário de 20% de crescimento anual do volume de crédito emprestado e 10% de crescimento do volume dos depósitos em caderneta de poupança. Desse modo, o funding esgotará em 2016. Porém, caso o crescimento atinja, por exemplo, 40%, o funding da poupança se esgotaria já em 2014", analisa.
Para evitar esse risco de falta de recursos para o financiamento imobiliário, Machado Filho defendeu que, em situações de emergência, os bancos possam usar os recursos compulsórios da caderneta de poupança.
Hoje dos recursos da poupança que os bancos administram, eles são obrigados a investir 65% em financiamento imobiliário, 5% podem fazer uso livre e 30% dos recursos ficam retidos em depósitos compulsórios no Banco Central. "Seria uma válvula de escape rápida usar os compulsórios", defende.
Na opinião do presidente da Abecip (Associação Brasileira das entidades de crédito imobiliário e poupança), Octávio de Lazari Júnior, o Brasil também deveria adotar como alternativa os "covered bonds", opção de financiamento criada em 1790 na Alemanha que permite aos bancos alongar os prazos de captação para fazer frente ao financiamento imobiliário.
Esse tipo de financiamento, diz ele, possui dupla garantia (banco emissor e créditos imobiliários que dão lastro ao papel). Mas o Brasil só poderia usar essa opção financeira com regulações mais detalhadas na legislação de falências. "Os 'covered bonds' também trariam maior facilidade de negociação com o investidor local e o estrangeiro", disse.
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