Etiqueta 'invisível' foi golpe baixo
MARCELO LEITE
EDITOR DE OPINIÃO
O apartamento de 161 metros quadrados na Vila Romana satisfazia todos os desejos da família: três dormitórios, rua tranquila, sala ampla... Decidimos comprar, não sem antes visitar duas vezes a unidade decorada.
Apartamentos decorados seduzem comprador, mas podem provocar enganos
Na primeira versão, o enorme terraço estava fechado com vidros e guarnecido com sofás e poltronas. Na segunda, só metade dele aparecia como sala, com um painel divisório móvel de vidro, em "L".
Pedimos uma cópia da planta com aquela versão. Só aí assinamos o contrato.
O início da obra atrasou, coisa de um ano. Agora, enfim, começou a sair do chão, mas as decepções continuaram.
Chamados a confirmar a opção de planta, enviamos cópia da preferida. Fomos informados, então, de que a divisória em "L" não seria fornecida, só os caixilhos de alumínio da primeira versão
do decorado.
Após insistir, veio a prova da má-fé da construtora, uma fotografia. Mostrava a unidade decorada na segunda versão com uma pequena etiqueta colada nos vidros, a 5 cm do chão.
Na ampliação da imagem, dava enfim para decifrar o adesivo: "Este material não está especificado no memorial descritivo do empreendimento, portanto não será entregue pela construtora".
É claro que nenhum corretor mostrava a etiqueta na visita, mesmo porque o otário comprador teria de ficar de quatro para conseguir ler.
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