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22/09/2012 - 17h53

Alta no valor do imóvel estimula mais aumento, aponta pesquisa

REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado de imóveis em São Paulo está aquecido e com preços muito elevados nos últimos anos. Mas quais os motivos para isso?

Uma pesquisa feita neste ano e apresentada na semana passada na 12ª Conferência Internacional da Lares (Latin American Real Estate Society), em São Paulo, aponta que o próprio índice de preços é um dos fatores que contribuem para a elevação. A renda dos compradores e o maior acesso a crédito também estimulam a alta.

Isadora Brant/Folhapress
O funcionário público Vander de Paula pesquisou por um ano antes de comprar um imóvel
O funcionário público Vander de Paula pesquisou por um ano antes de comprar um imóvel

Cássio Roberto Leite Netto e Enrico Dalla Riva, estudantes de pós-graduação da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) produziram a pesquisa "A Influência do Crédito Imobiliário e do Nível de Renda das Pessoas nos Preços dos Imóveis Residenciais no Município de São Paulo".

Eles usaram modelos econométricos (que mostram a relação entre variáveis econômicas por meio da aplicação de fórmulas matemáticas) para realizar cálculos, usando dados de fevereiro de 2008 a outubro de 2011. A intenção foi medir o que mais impacta o aumento de preços.

Um dos dados mostra que, nos últimos três anos, o preço dos imóveis subiu 129% em São Paulo -o aumento no rendimento médio das pessoas empregadas foi de 36%.

Netto afirma que essa grande disparidade ocorre pelos próprios aumentos. "O aumento dos preços dos imóveis estimula aumentos subsequentes. As pessoas, vendo os preços subirem, querem também ganhar com a valorização, comprando 'barato' para vender 'caro'", diz.

"Outros, que querem comprar um imóvel, ao verem o preço subindo constantemente, apressam-se para comprar sua residência e não pagar muito mais caro no futuro. De novo, quanto maior a procura, maior o preço do ativo procurado", detalha.

Ciente da alta nos preços, o funcionário público Vander de Paula, 42, demorou um ano para comprar um apartamento. "Pesquisei em folhetos, jornais, estandes de lançamentos, feirões. Achei preços absurdos", lembra.

Ele encontrou no ano passado um apartamento no Butantã de 135 metros quadrados, por R$ 299 mil. Por esse preço, ele havia visto uma unidade com um quarto a menos. "Resolvi esperar e pesquisar mais. Depois de alguns meses a corretora ligou avisando que algumas unidades encalharam e que o apartamento com quatro quartos estava saindo pelo preço do de três."

O presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), Cláudio Bernardes, reconhece a alta nos preços, mas pondera que ela deve ser descontada do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) E afirma que há uma pequena desaceleração. "Isso acontece porque o mercado já está procurando um equilíbrio entre a oferta e a demanda, que é natural pelo grande número de lançamentos recentes e pela desaceleração da economia."

 

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