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04/11/2012 - 06h30

Lapa se verticaliza e lançamentos são vendidos rapidamente

ANA MAGALHÃES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se você quiser comprar um apartamento novo na Lapa, terá que ficar antenado. Os lançamentos neste tradicional distrito da zona oeste costumam não ser frequentes e as unidades são vendidas rapidamente.

De acordo com a empresa de pesquisas Geoimovel, das 3.873 unidades residenciais lançadas desde janeiro de 2007 (distribuídas em 38 empreendimentos), há hoje apenas 135 à venda.
Um estudo feito pela Esser Incorporadora mostra que a Lapa tem menos lançamentos à venda do que o vizinho e cobiçado distrito de Perdizes. No ano passado, por exemplo, das 1.031 lançadas na Lapa, 96% foram vendidas -já em Perdizes, esse percentual foi de 64%.

Para Nick Dagan, diretor de Incorporações da Esser, a combinação de preço e localização explica o sucesso dos empreendimentos na região. "O diferencial da Lapa na comparação com Perdizes é o preço do metro quadrado."

O preço médio do metro quadrado no distrito é de R$ 7.666, segundo a Geoimovel, e inferior aos vizinhos Perdizes (R$ 8.895) e Pinheiros (R$ 12.613). Desde 2007, o aumento de preços na Lapa foi de 138%, percentual superior à alta de São Paulo, que foi de 113% segundo cálculos da Geoimovel. Segundo a empresa de pesquisa, cinco novas torres residenciais deverão ser lançadas em breve.

"Há alguns anos, a Lapa estava fora da cidade e é curioso ver como hoje ela foi incorporada à São Paulo", diz João D'Ávila, diretor-técnico da Amaral D'Ávila Engenharia de Avaliações.
Para ele, a Lapa está "trocando de pele". A antiga roupagem, industrial e com grandes galpões (misturada com casas construídas na primeira metade do século passado) dá, aos poucos, dá lugar a grandes prédios residenciais.

RENOVAÇÃO
"A cidade está crescendo nessa direção. Na zona oeste, Higienópolis se esgotou, depois Perdizes e Pompeia. Agora é a hora da Lapa e da Vila Leopoldina", diz Dagan.
Ele conta que a maioria dos empreendimentos na Lapa tem como foco os jovens (solteiros, divorciados ou recém-casados).

"Estávamos estudando um lançamento sofisticado na Lapa, com apartamentos de 80 metros quadrados e quadra de tênis. Mas começamos a aprofundar as pesquisas de mercado e ficamos em dúvida se venderia. Na última hora decidimos lançar unidades menores, de 60 metros quadrados, com um padrão mais acessível e vendemos muito bem", afirma.

DESVANTAGEM
Para Ricardo Gonçalves, coordenador do curso de pós-graduação em Negócios Imobiliários da FAAP, a maior desvantagem do distrito é a acessibilidade e a falta de estações de metrô. "A rua Guaicurus tem um tráfego muito pesado. Em termos de mobilidade, Perdizes ganha da Lapa", diz. Por outro lado, é uma região com boa infraestrutura de escolas, hospitais e comércio.

O engenheiro químico Gelson Roberto Mendonça, 60, mora na região há 13 anos e diz não gostar da verticalização da Lapa. "Não temos como evitar o lançamento desses prédios. Espero apenas que pensem de maneira urbanística e que planejem um pouco, para que o bairro não perca autenticidade", observa.

 

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