Imóvel comercial vende mais e tem inadimplência menor, diz executivo
CAMILA CARINGE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao mesmo tempo que o preço do imóvel comercial disparou em São Paulo, ele tem características que os investidores buscam: vendem rápido, têm inadimplência baixa e taxa de retorno maior em relação aos empreendimentos residenciais.
Essa é a avaliação de Antonio Emilio Fugazza, diretor financeiro e de relações com investidores da Eztec Empreendimentos, que participou da sexta edição do Cityscape Latin America, evento voltado para investidores do setor imobiliário, realizado em São Paulo entre os dias 29 e 31 de outubro.
Segundo Fugazza, entre os fatores de pressão sobre os preços está o custo da terra, que cresceu na mesma proporção, somadas as contrapartidas e as outorgas previstas em lei para que um projeto possa ser autorizado. A diminuição da oferta de mão-de-obra e a crescente demanda também exercem influência.
Enquanto a inflação setorial da construção civil, nos últimos cinco anos, foi de 57%, o aumento do preço de conjuntos comerciais na cidade de São Paulo ficou em 140%.
"O produto comercial, hoje em dia, é a única coisa que se lança e se vende acima de 50% no momento da partida. Imóveis residenciais ficam em torno de 30%, 35%, atingindo 50% em seis meses.", aponta Fugazza.
Além disso, ele conta que o consumidor dos comerciais é capaz de sustentar o caixa dos empreendimentos com mais facilidade, é menos inadimplente e investe valores muito superiores aos consumidores dos residenciais.
Com as fortes demandas, a taxa média de retorno do residencial está em torno de 32%, enquanto os comerciais rendem em média 40%. Além disso, a inadimplência no imóvel comercial é quase 30% menor do que no imóvel residencial.
Fugazza afirma ainda que seria muito mais fácil para as construtoras comprarem edifícios antigos no centro da cidade e reformá-los. Mas os prédios estão espalhados com diferentes donos que não têm interesse de vender suas propriedades. Em geral, eles preferem alugar seus imóveis a receber um baixo valor pela venda de um edifício em más condições.
"O que nos resta é fazer projetos novos que se adequem à realidade de infraestrutura que precisamos: prédios com vagas de estacionamento, ar condicionado central e sistema de carga elétrica adequado ao volume de equipamentos que temos hoje."
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