Mooca tem imóveis com preço competitivo

Os casarões antigos, antes ocupados por imigrantes italianos e operários industriais, hoje dividem o cenário com imponentes condomínios. Na zona leste de São Paulo, o tradicional distrito da Mooca é campeão em lançamentos residenciais na região.

Segundo a empresa de pesquisa Geoimovel, 43 novos empreendimentos foram colocados à venda no distrito nos últimos cinco anos -o vizinho Tatuapé ganhou 41 torres no período.
Para executivos do segmento imobiliário, a região, que ficou famosa pela vocação industrial no passado e hoje é conhecida pelo grande número de pizzarias, tem dois diferenciais: a proximidade com o centro e o valor do metro quadrado.

Veja fotos da Mooca

O metro quadrado de um lançamento na Mooca custa R$ 6.527, valor inferior à média da cidade, de R$ 7.185. Dos bairros que circundam a região central, é um dos mais baratos.
"É um bom preço para São Paulo e ainda tem espaço para valorização", diz Eduardo Telles, diretor da incorporadora PDG.

Apesar da verticalização do distrito, Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers, destaca que a velocidade de vendas da Mooca não é tão grande. "Com a construção do metrô no Tatuapé, distrito vizinho, a Mooca deixou de ser a menina dos olhos da zona leste", diz Vivanco.

O distrito é o terceiro da cidade que mais tem unidades em estoque (ou seja, não vendidas na época do lançamento), segundo a Geoimovel -o que dá mais chances ao consumidor de negociar e conseguir descontos.

Repleta de galpões industriais, especialmente ao longo da linha do trem, a Mooca é uma das poucas regiões de São Paulo que têm espaço para construir. Por isso, deve continuar atraindo novos empreendimentos. Para os próximos meses, há pelo menos cinco lançamentos previstos.

AGITO
Para o consultor de marketing Emílio Calil, 38, que nasceu e cresceu no distrito, a Mooca está se saturando com os novos empreendimentos. "As imobiliárias vendem a tradição do local, mas a Mooca já não é mais a mesma. Era uma região tranquila e hoje está muito mais agitada. O trânsito piorou demais."

Calil não é contrário às novas construções, mas acha que deveria haver um limite para a altura dos prédios. "É muito ruim andar e não ver o céu."

	Editoria de Arte/Folhapress
	RAIO-X MOOCA