'O mooquense não tem pressa', diz morador
EMÍLIO CALIL
ESPECIAL PARA A FOLHA
"Nasci e morei a vida inteira na Mooca. Hoje moro na Vila Prudente. Atravesso uma avenida e chego na Mooca. Tenho uma verdadeira paixão pelo bairro.
Era um bairro mais tranquilo há alguns anos, parecia uma cidade do interior.
De um tempo para cá começou o boom imobiliário e agora está bem mais agitado. De uns dez anos para cá que o bairro tem sido cada vez mais visado.
Não sou contra a construção, mas sou contra certas verticalizações. Elas descaracterizam o bairro. As imobiliárias vendem a tradição da Mooca, mas a Mooca já não é mais a mesma.
Antigamente, os mooquenses saiam muito da Mooca para ir de balada e para ir a barzinhos. Muita gente ia para a Vila Madalena. Hoje não, porque surgiram muitas opções de bares na Mooca. E pizzarias.
A mudança que mais sentimos nos últimos anos é o trânsito, que não tem jeito, é terrível. Esse é o preço que pagamos pela verticalização da região. Incomoda muito tentar sair de casa às três horas da tarde de um sábado e não conseguir cruzar a avenida, ou demorar meia hora somente para cruzar a avenida.
Até então, era um bairro tranquilo e seguro. De um tempo para cá temos ouvido umas histórias de assaltos....
O que eu mais gosto de fazer na Mooca é andar. O bairro te permite caminhar, apesar de não ser tão plano. Quando caminho por aqui, consigo ver na cara das pessoas se elas são ou não da Mooca. O mooquense não está preocupado com o tempo, o mooquense não tem pressa. Eles estão apreciando a caminhada.
Se eu pudesse, preservaria mais certas construções. Vemos muitos galpões virando prédio, acho que isso é válido quando o proprietário não quer fazer nada com a construção original.
Eu também colocaria um limite na quantidade de andares dos novos prédios, é ruim andar e não ver o céu. "
Emílio Calil, 38, é consultor de marketing e nascido e criado na Mooca
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